
O Movimento de Organização Comunitária (MOC), em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), prefeituras municipais e movimentos sociais e sindicais do campo, realizou na manhã desta sexta-feira (31), o XVI Intercâmbio Cultural com Crianças e Adolescentes das Escolas do Campo do Semiárido Baiano, em comemoração aos 25 anos do projeto Baú de Leitura.

O evento aconteceu no Centro Social Urbano (CSU), no bairro Cidade Nova e contou com a participação de 20 prefeituras municipais através das suas secretarias de educação. A iniciativa reuniu representantes, crianças, adolescentes e educadores das escolas do campo que desenvolvem os projetos CAT (Conhecer, Analisar e Transformar a Realidade do Campo) através do Baú de Leitura, em um grande encontro de arte, cultura e cidadania.
Para Edisvânio Nascimento, presidente do MOC, o Baú de Leitura acaba contribuindo para o estímulo a leitura e a escrita criativa, além do desenvolvimento cultural das crianças.
“Hoje, é um intercâmbio, os municípios trarão as suas experiências, terão atrações culturais provavelmente alguns eventos de recontação onde os alunos que integram o programa vão trazer as suas apresentações. De fato as experiências de cada município que está vivenciando durante esse período de Baú.”

O projeto Baú de leitura nasceu, segundo Edisvânio, para proporcionar também a capacidade de leitura crítica e o reconhecimento de que essa habilidade irá levar o estudante para diversos rumos profissionais e pessoais.
“Eu vejo que esses 25 anos de Baú de Leitura, tem um impacto e uma importância grandiosa na vida de muitas crianças, adolescentes, cidadãos e cidadãs da região do Sisal e do Jacuípe, que passaram por esse projeto.”

“Nós temos figuras que hoje contam histórias de vida, que hoje estão em coordenações de educação, que estão trabalhando em outros setores, porque primeiro a gente acredita que a leitura é a base fundamental da formação do cidadão. A leitura que lhe provoca, lhe instiga a ser um sujeito crítico e pensador, numa concepção de mundo que ele não perde de vista a sua identidade e a realidade local”, conta o presidente do Movimento.
Vera Carneiro, uma das coordenadoras do MOC, reforçou que o objetivo do evento de hoje é a troca de aprendizado, e de resultados alcançados com os programas.

“O objetivo é intercambiar, trocar experiências desenvolvidas nas escolas do campo através de crianças e adolescentes do projeto. As crianças valorizam a realidade do campo, a agricultura familiar e também aprendem de forma contextualizada com sua realidade, com sua cultura.”
A professora Nelmira Moreira, coordena o CAT através da Uefs, ela explica que o programa de extensão conta com convênio com o MOC e mais prefeituras de 20 municípios para a formação de professores das escolas do campo. Segundo ela, o objetivo é fazer com que a criança perceba que é possível viver bem e feliz no campo, e poder trabalhar com todos os direitos.

“Todos os alunos de licenciatura da Uefs podem participar através do PIBEX, que é a bolsa de extensão. Então nós temos essa função de formar professores e formar alunos do campo. Os nossos estudantes da Uefs participam como estagiários e beneficiando também os alunos do campo, porque eles fazem viagem, eles promovem oficinas com esses professores e os alunos do campo”, ressaltou.
Através do MOC, a professora Maricelma Carneiro aplica o CAT, iniciativa que ela classifica essencial para aliar o desenvolvimento educacional com o social.

“O projeto CAT já está há um bom tempo implementado na escola. É um projeto que busca a valorização do meio que a criança está inserida. Quando você trabalha com os parceiros e que você trabalha com a realidade do local onde você vive a criança valoriza e aprende com mais facilidade.”
Com o CAT, a valorização do campo inicia cedo através do conhecimento sobre a importância do mesmo. “Nós não vamos pegar assuntos que são de um outro estado, nós vamos começar pelo nosso, A agricultura familiar, a gente tenta valorizar e trazer para nossas escolas parceiros como a associação comunitária, a igreja da nossa comunidade. A gente busca trabalhar as manifestações culturais que existem na nossa comunidade resgatando essas manifestações.”

No evento, também esteve presente, Benedito Rubem Costa, representante do CSU afirmou que o centro vem apoiando diversas iniciativas de relevância social.
“Hoje o novo CSU está sendo um pioneiro com esses apoios, vários projetos, aos quais nós abraçamos. O MOC hoje é uma referência na Bahia. Estamos implementando vários tipos de projetos, tipo esse do MOC, entre tantos que tem aqui, em convênio e parcerias com a Uefs também.”

Entre os projetos em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana, ele menciona a Universidade Aberta à Terceira Idade (Uaiti).
“Aqui existe a Universidade Aberta à Terceira Idade, e vem funcionando às terças e quintas-feiras, que é um convênio diretamente com a Uefs, as quais vem agregando várias pessoas da terceira idade” contou Benedito.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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