Andréa Trindade
Com a evolução da greve dos professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), um assunto começa a preocupar pais e alunos: a reposição das aulas perdidas.
O semestre letivo da Uefs começou no dia 21 de fevereiro, mas as aulas propriamente ditas começaram na semana seguinte. Segundo informações de alguns alunos que procuraram a reportagem do ACORDA CIDADE, apenas 23 aulas foram ministradas antes da greve que começou no dia 11 de abril. Os estudantes estão se sentindo prejudicados e temem que o semestre seja anulado.
O fato é que ainda não existe nenhuma definição quanto ao calendário acadêmico do 1º semestre letivo de 2011 da Instituição e qualquer decisão referente ao assunto só pode ser tomada em reunião após o término da greve.De acordo com o reitor da universidade José Carlos Barreto, não existe nenhum parâmetro que defina o tempo específico para que um semestre seja ou não cancelado.
“Temos uma história na universidade de diferentes tempos e diferentes resoluções (de greve) e, portanto o cancelamento do semestre até o momento não está posto”, afirmou.
O reitor explica que esta é uma das questões que só se pode ser discutida quando a greve terminar.
“Só no final da greve, é que os conselhos e os professores poderão se reunir. Nós vamos discutir como será os procedimentos posteriores a greve e não dá para fazer previsões no momento”, ressaltou.
Durante quatro anos não houve greve na universidade e segundo José Carlos isso aumentou ainda mais a a ansiedade de alguns alunos, principalmente àqueles prestes a concluir o curso.
“Assim que o movimento reivindicatório dos docentes encontrar uma finalização junto ao Governo do Estado nós iremos retomar com toda seriedade e critério a discussão do que deverá ser feito, ” afirmou se referindo a reposição de aulas não ministradas durante a greve.
Para o reitor, “a pesar de este ser um momento indiscutivelmente crítico, pais e estudantes não devem acentuar esse problema e se afligir além da conta”.
“O problema existe, mas precisamos tratá-lo como ele é e enquanto esse movimento não finaliza, falar sobre o futuro é especulação”, concluiu.
Na manhã de ontem (31), mais de 400 pessoas, entre professores, estudantes e funcionários das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) ocuparam a galeria dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa. O objetivo da ação é pressionar o governo para que a volte negociar sobre a greve dos professores que já chega a 50 dias. Quase 60 mil estudantes universitários estão sem aula, no estado.
Informações do repórter Ed Santos, do programa Acorda Cidade.