Feira de Santana

Estudantes ocupam escola estadual por tempo indeterminado

A ocupação dos alunos está organizada em comissões de segurança, estrutura, alimentação, comunicação.

Rachel Pinto

Um grupo de estudantes ocupa desde a última segunda-feira (7) a Escola Estadual Luis Viana Filho. Por este motivo, as aulas na unidade estão suspensas. A estudante Taís Cardoso, integrante da ocupação, disse que os estudantes tomaram essa decisão a partir de debates sobre política e a situação da educação no país.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Foi proposto que se realizasse uma assembleia para tratar da PEC 55, Escola sem Partido e a Reforma do Ensino Médio. Abriu-se um debate com os professores e alunos, e foi aberta a votação se a ocupação da escola seria o primeiro passo para a gente ingressar nessa luta e, com a votação, a maioria que estava presente na escola disse que sim", ressaltou.

Segundo Taís, a ocupação dos alunos está organizada em comissões de segurança, estrutura, alimentação e comunicação. Se a PEC for aprovada, há a possibilidade de recuo da ocupação, mas o movimento continua de outras formas, inclusive com o apoio de alunos de outras escolas.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A gente se divide para que tudo possa ser bem elaborado, uma ocupação onde a gente faz debate, discute sobre política, que quer levar para além da PEC, por tempo indeterminado”, completou.

Maria Gorete da Silva, estudante universitária e mãe de aluno do colégio contou que é a favor da ocupação e para ela é um movimento que contempla toda a sociedade e discute a conjuntura de medidas arbitrárias que vêm sendo tomadas pelos governantes do país.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Eu acho que a atitude deles é extremamente viável na conjuntura em que vivemos e diante dessa conjuntura de medidas inadequadas que os governantes vêm tomando. A gente reúne aqui os estudantes e cada um defende suas ideias. Eu como mãe estou apoiando esse meninos, para a gente lutar contra a PEC, que na minha opinião, é arbitrária e não contempla a sociedade e que vai nos prejudicar na educação, na saúde, a partir dessa falta de investimentos que é o que a PEC propõe. O governo não discutiu com a sociedade e temos que lutar contra isso”, afirmou.

O professor e diretor do colégio, Eduardo Brito, enfatizou que não apoia a ocupação. Segundo ele, alguns projetos da escola e também o ano letivo podem ser prejudicados pela suspensão das aulas.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A ocupação não é aprovada e nem apoiada por nós, mas a discussão e a reflexão para se discutir uma agenda sim. Alguns projetos estão sendo prejudicados por conta da ocupação, como projeto de orquestra, o Dia da Consciência Negra, além do próprio ano letivo. Se a escola fica ocupada e sem aula, que pode ser contabilizada como dia letivo, essas aulas terão que passar.

A Escola Estadual Luiz Viana Filho tem cerca de 1.200 estudantes e é um dos maiores colégios da rede estadual de Feira de Santana. A adesão da ocupação é de 100 alunos.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.