A Primeira Mostra de Ciências do Instituto de Educação de Tempo Integral Gastão Guimarães, realizada nesta quinta-feira (2), reuniu estudantes, professores e parceiros da comunidade acadêmica de Feira de Santana. A mostra, que teve a participação de 12 estandes, teve como foco a aplicação da ciência no cotidiano e envolveu alunos de várias instituições, como a Unef, Uefs e a Unifan, além da colaboração de órgãos como a Secretaria Municipal de Saúde.
Leandro Maciel Souza, diretor-geral do colégio, destacou a importância da ação, que foi organizada ao longo de dois meses. “Produções de forma coletiva com os professores, várias discussões, reuniões, para trabalhar com os alunos dessa parte de produção científica. Uma amostra com um índice de qualidade altíssimo, com trabalhos de bastante relevância para a comunidade escolar e também para a comunidade científica. O resultado é maravilhoso”, afirmou Souza.
A mostra, que aconteceu no ginásio da escola, contou com trabalhos que abordavam temas como biologia, astronomia, empreendedorismo, geometrias das colmeias e até questões hormonais. Nos estandes também foram apresentadas questões de saúde pública, como saúde bucal e ISTs, além de atualidades, como a geopolítica entre países. Serviços como testagem rápida para doenças também foram oferecidos.
Um dos estandes que chamou a atenção dos visitantes foi o de Terras Raras. Os alunos investigaram os 17 elementos químicos presentes na tabela periódica, muitos dos quais são essenciais para a indústria tecnológica.
“Pesquisamos muito para saber o que realmente se tratavam as terras raras. Alguns países, como Estados Unidos, China, Tailândia e alguns estados como Goiás, Bahia e Amazonas. Alguns presidentes de todo o mundo já estão de olho nessas terras raras porque, querendo ou não, são importantes para os países deles também”, disse a estudante Maria Eduarda ao Acorda Cidade.
Entre os trabalhos, Rebeca Filho, estudante de enfermagem da Unifan, contribuiu levando informações sobre doenças como Aids e hepatites virais aos mais jovens. “A forma de prevenção é muito importante, porque muitas vezes as infecções não mostram nem sinais, nem sintomas e aí os preservativos são super importantes”, destacou Rebeca.
Ciência na vivência dos alunos
A professora Maria das Neves Moreira Carneiro, membro da comissão organizadora, falou ao Acorda Cidade sobre a relevância do projeto para estimular o protagonismo dos alunos.
“Mostrar o trabalho autoral dos nossos alunos, o que se produz aqui em uma escola pública e que poderíamos mostrar em qualquer congresso. E na sequência trazermos os parceiros, como, por exemplo, falando de ISTs, que é um tema de extrema importância, a vacinação, principalmente com foco em dengue e HPV”, afirmou a professora.
A coordenadora pedagógica Patrícia Peixoto, que também atuou como cerimonialista do evento, comentou sobre a importância de aproximar os estudantes da ciência e de como isso pode transformar a percepção deles sobre o mundo.
“Esse evento vem mostrar a importância da ciência para a humanidade, especialmente após um período que nós passamos em que a ciência foi negada. Então, a gente trouxe para esses estudantes a importância da ciência, entendendo que ela faz parte da nossa rotina, do nosso cotidiano, o quanto necessária para o desenvolvimento da humanidade”, explicou.
Para ela, o evento foi um ponto de partida para o desenvolvimento da alfabetização científica entre os estudantes do Gastão.
“Eles são despertados para a curiosidade, a criatividade, através de estudos, de experimentos, através também da visitação dos estandes. Então, isso tudo vem desenvolvendo neles a essência da ciência, a alfabetização científica. Isso é primordial para o protagonismo juvenil, para o desenvolvimento da condição do sujeito no mundo”, afirmou a professora.
Sustentabilidade na prática
Outro destaque da mostra foi a oficina de sabão, que ensinou os estudantes a reaproveitar óleo de cozinha. A ideia é transformar um resíduo que poderia ser descartado na natureza em algo útil, rentável e sustentável. Para a coordenadora Patrícia, este é um exemplo de como a ciência pode ser aplicada com boas práticas no dia a dia.
Ela ainda destacou a união entre várias disciplinas, inclusive a educação científica e a cultura, para aguçar o sentido crítico dos alunos.
“O ser humano se manifesta através da arte. E a ciência tem também a base para a construção dessa manifestação, dessa comunicação e da construção do conhecimento. Esse evento traz para os estudantes a importância do cuidado com o corpo, o cuidado com o outro, a importância de aplicar realmente a ciência, os métodos de cuidado, os métodos contraceptivos, métodos de proteção.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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