Acorda Cidade
Mesmo com as diversas histórias de o empoderamento e superação feminina, a realidade ainda assusta mulheres aspirantes à carreira científica. Em grandes empresas como a Microsoft, as mulheres compõem apenas 17% do quadro de funcionários da área técnica. Entre os engenheiros do Google, 83% são homens. Já o time de funcionários da Apple, só 20% são mulheres, segundo Relatório da Unesco.
Elas são minoria em laboratórios científicos e salas dos cursos de exatas. No Brasil, apenas 23% dos estudantes dos cursos de Ciências da Computação são mulheres. Na tentativa de mudar esta realidade, o programa Elas nas Exatas promete uma nova perspectiva às meninas loucas por física, elétrica, matemática, e todas as demais disciplinas exatas. A coordenadora do projeto, KK Verdade, afirma que o Brasil necessita deste tipo de iniciativa.
’“Intercâmbios, visitas a universidades e diálogos com outras mulheres que já estão nas exatas, para que as meninas possam ter modelo. Até a própria família não estimula elas nas carreiras das exatas, alegando que “isso é muito difícil, ou que isso não é coisa de menina, faz um curso mais fácil.”
Entre as histórias de destaque, o projeto piloto “Tem Menina no Circuito”, da UFRJ, obteve destaque com oficinas e aulas práticas sobre circuitos elétricos maleáveis para meninas de 15 a 19 anos. As aulas práticas chamam as estudantes para dentro da realidade de grandes laboratórios.
Gabriela Galdino, de 19 anos, participou das primeiras atividades em 2014 e não quis parar. Prestou vestibular para o curso de Física e agora é monitora do programa pela UFRJ.
“Quando estava no ensino médio eu não tinha noção do que era possível na aula de exatas. Agora, participando dessa minoria na faculdade, as meninas(as alunas) me veem como um exemplo. Em algumas disciplinas eu sou a única menina da turma. É sensacional crescer junto com o projeto e representar as mulheres.”
A segunda fase do projeto Elas nas Exatas acaba de ser lançada, com edital que promete um bônus financeiro no valor de R$ 35 mil a 10 casos de maior êxito. A iniciativa abrange todo o Brasil em parceria com o Fundo Elas, ONU Mulheres, Fundação Carlos Chagas pela redução do impacto das desigualdades de gênero e o Instituto Unibanco. As inscrições vão até 28 de novembro. Mais informações pelo edital.