Educação

Aspecto emocional será ainda mais decisivo para quem teve Enem adiado

Embora um mês a mais de estudos pareça vantagem a quem fará a prova em dezembro, lidar com a mudança e a ansiedade é chave para ir bem no exame

Acorda Cidade

Uma das grandes vantagens de exames que dispõem de metodologias modernas e eficientes de aferição é chegar a um resultado que ateste a proficiência do participante da maneira mais próxima da realidade. No Enem, a conhecida TRI (Teoria de Resposta ao Item) permite, a partir de um sistema estatístico de calibragem do banco de questões do Inep, a garantia de que diferentes provas tragam resultados semelhantes.

Outro ponto importante do Enem é a redação. O estudante deve atender a uma série de requisições para fazê-la de maneira que lhe renda os pontos necessários, dentro dos padrões exigidos pela banca. E é aí que mora a dúvida sobre se o tema faz diferença ou não: o estudante precisa ter trabalhado “repertório” para os mais variados assuntos, e não adivinhar um específico.

Nesse sentido, o Enem parece perfeito para ser aplicado em diferentes dias. E já foi desde que surgiu o Enem PPL (pessoas privadas de liberdade): a prova aplicada semanas após o Enem para o restante do Brasil possibilitou em outros anos que presos concorressem a vagas em universidades, por exemplo, com os demais candidatos fazendo provas diferentes. Tudo por conta da metodologia eficiente da TRI e dos padrões de redação.

Agora em 2016, com mais de 200 mil estudantes tendo que adiar a prova por conta das ocupações em escolas que eram locais de prova, para o mesmo dia do Enem PPL, a análise fria levaria a crer que não haveria problema.

Tecnicamente, não. Mas, emocionalmente, sim.

Segundo Caio Carvalho, gerente de produtos do Missu (da Mind Lab), plataforma de estudos que possibilita avaliação socioemocional do estudante durante a realização de simulados, os participantes adiados deverão saber lidar com o fator inesperado. “É como numa corrida: você se prepara, direciona sua energia nos pontos importantes, mas quando avista a linha de chegada, informam que você tem mais um quilômetro para percorrer”, diz. “Mesmo que esteja à frente, você deverá reposicionar suas estratégias, não perder o ritmo e, ainda, lidar com a estafa emocional”, reforça.

Orientação é manter a rotina

Carvalho orienta os estudantes a não intensificarem os estudos das disciplinas e matérias que não sabiam. “O estudante precisa garantir que ele esteja tão preparado para fazer a prova em dezembro como teria em novembro, por isso, é preciso manter a revisão”, ressalta. “O participante não pode negligenciar o que já sabe sob forma de perder pontos cruciais que eram certos para ele”, completa.