Feira de Santana

Após tensão com professores, secretário Pablo nega truculência e promete apresentar soluções nos próximos dias

O clima ficou tenso quando começou a chover e os portões da Seduc foram fechados e escoltados pela guarda municipal nesta quinta (15).

Nova sede da Seduc
Foto: Izinaldo Barreto/Secom

Após a aula pública realizada nesta quinta-feira (15), pelos professores da rede municipal em frente à Secretaria de Educação de Feira de Santana (Seduc), o secretário Pablo Roberto comentou os desdobramentos do ato, que foi marcado por denúncias, clima de tensão e protesto por parte dos professores contra a falta de diálogo da gestão municipal com a categoria.

A mobilização foi organizada pela APLB Sindicato como forma de denúncia às reivindicações que os professores vem sinalizando desde o início da nova gestão municipal. O clima ficou tenso quando começou a chover e os portões da Secretaria foram fechados. De acordo com a presidente do sindicato, professora Marlede Oliveira, os profissionais foram impedidos de entrar no prédio mesmo apenas tentando se proteger da chuva.

APLB
Foto: Assessoria/APLB

Em resposta, o secretário Pablo Roberto afirmou que não houve arbitrariedade por parte da Seduc e que o protesto não foi previamente comunicado à Secretaria. “Todos sabem que o espaço público funciona com a organização. A professora Marlede poderia, com antecedência, ter solicitado um dos espaços aqui para que pudesse realizar essa aula na dependência da secretaria. E não fez isso.”

Ele também explicou que, no momento da aula, os espaços internos da Seduc estavam ocupados por atividades de formação docente de rotina.

Pablo Roberto - seduc
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“O auditório, as salas de reunião, todos estavam com atividades agendadas ao longo da semana. […] Não houve impedimento. As pessoas que tiveram acesso às dependências da secretaria sabem que o atendimento foi normal. Agora, o acesso de grupo para fazer uma atividade precisa ser previamente agendado com o nosso cerimonial”, disse ao Acorda Cidade.

O argumento, ainda que administrativo, não deixou de soar ‘inusitado’ para quem acompanhava do lado de fora, debaixo de chuva, o desenrolar da mobilização quando os portões da Seduc foram fechados e escoltados pela guarda municipal.

APLB
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Sobre o indicativo de greve por tempo indeterminado, aprovado pela categoria, o secretário demonstrou preocupação com os impactos no calendário escolar, mas não falou sobre atender nenhum dos 13 itens reivindicados pela categoria.

“Nenhum de nós quer greve. Muito pelo contrário. Já houve um prejuízo no ano letivo esse ano. Nós estamos indo para o quarto mês de aula. Já foram muitas paralisações realizadas pela APLB. Eu não concordo. Acho que temos formas de conversar, de dialogar.”

O secretário reconheceu a legitimidade de parte das demandas da categoria, mas ponderou sobre os limites financeiros da administração na área da educação. “Mesmo que a prefeitura queira hoje promover todas as mudanças de referência, fazer a aplicação da melhoria salarial, tudo isso tem um impacto financeiro muito grande, que a administração no momento não tem condições de fazer. […] O prefeito Zé Ronaldo não vai colocar o braço onde não alcança.”

Pablo ainda afirmou que novas ações devem ser anunciadas nos próximos dias. O gestor declarou ao Acorda Cidade que a Seduc está realizando esforços para encontrar soluções.

“Tudo aquilo que é possível ser feito no que diz respeito ao enquadramento, o reajuste do salário, ao pagamento dos salários que não foram efetuados no ano de 2020, no período pandêmico, nós estamos trabalhando muito e vamos, na próxima semana, apresentar os resultados. Eu espero contar com a sensibilidade dos professores, sei que muitas das reivindicações são justas, e vamos trabalhar para atender a maioria dos pontos que foram apresentados.”

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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