Educação

Alto índice de desistência aponta necessidade de modernização no ensino de engenharia

Mais de 16.800 desistiram da graduação e trocaram de curso, trancaram ou se desvincularam da universidade.

Alto índice de desistência aponta necessidade de modernização no ensino de engenharia Alto índice de desistência aponta necessidade de modernização no ensino de engenharia Alto índice de desistência aponta necessidade de modernização no ensino de engenharia Alto índice de desistência aponta necessidade de modernização no ensino de engenharia

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No Brasil, a cada 175 alunos que ingressam nos cursos superiores de engenharia, apenas 95 concluem. De acordo com o Censo da Educação Superior, mais de 14 mil alunos ingressaram em cursos de engenharia no estado da Bahia, em 2017. Em contrapartida, mais de 16.800 desistiram da graduação e trocaram de curso, trancaram ou se desvincularam da universidade.

Para a diretora de Inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio, o alto índice de desistência mostra a fragilidade e a necessidade da modernização do ensino de engenharia, que, segundo ela, ainda segue o modelo idealizado há mais de 30 anos.

“O mundo está mudando muito rapidamente e a gente precisa preparar os nossos profissionais, os nossos engenheiros, para enfrentar esses desafios que já estão colocados aqui. Se a gente não tiver engenheiros preparados para os impactos dessa revolução digital, a gente não vai conseguir ser um país competitivo e nem gerar qualidade de vida para a nossa população”.

A especialista em educação em engenharia da Universidade de Brasília (UnB), Maria de Fátima Souza, destaca que o baixo número de escolas de engenharia e a falta de adoção de tecnologias de ponta também colaboram para que o Brasil forme poucos engenheiros. Além disso, o principal fator da desmotivação dos alunos está relacionado à forma como as disciplinas são desenvolvidas em sala.

“Por exemplo, a parte de cálculo. Existe um problema grave que desmotiva os alunos e que talvez seja a razão dessas taxas altíssimas de evasão, que é o fato da disciplina de cálculo ser levada mais ensinando procedimentos para a resolução de problemas, do que necessariamente entendendo como você aplica os conceitos.”

A CNI encaminhou, aos candidatos à presidência da República, propostas para a atualização do currículo dos cursos de engenharia. A modernização das diretrizes curriculares e metodologias, aprimoramento do sistema de avaliação e a valorização do trabalho dos docentes estão entre as principais propostas da indústria para o Brasil crescer.