Feira de Santana

Advogado entra com ação no MP contra Colbert Martins por exigir que pais vacinem seus filhos

O advogado justificou a ação, informando que no último decreto que trata do combate à pandemia contra o coronavírus em Feira de Santana, é dispensado o comprovante de vacinação da covid para matrícula na rede municipal.

Advogado entra com ação no MP contra Colbert Martins por exigir que pais vacinem seus filhos Advogado entra com ação no MP contra Colbert Martins por exigir que pais vacinem seus filhos Advogado entra com ação no MP contra Colbert Martins por exigir que pais vacinem seus filhos Advogado entra com ação no MP contra Colbert Martins por exigir que pais vacinem seus filhos

Laiane Cruz

Na manhã desta sexta-feira (4), o advogado Magno Felzemburgh, que é presidente da Protege- Associação de Proteção de Defesa do Consumidor do Estado da Bahia, entrou com uma ação no Ministério Público (MP) contra o prefeito Colbert Martins, por suposta prática de abuso de autoridade, constrangimento e ameaça contra os pais de crianças que estudam na rede municipal de ensino que optarem por não vacinarem seus filhos, de 5 a 11 anos, contra a covid-19.

O advogado justificou a ação, informando que no último decreto que trata do combate à pandemia contra o coronavírus em Feira de Santana, é dispensado o comprovante de vacinação da covid para matrícula na rede municipal. No entanto, em outro artigo, o decreto determina que caso a criança não esteja imunizada, a Secretaria de Educação é obrigada a informar o caso ao Conselho Tutelar.

Conforme o decreto publicado no dia 21 de janeiro, ‘As aulas 100% presenciais estão autorizadas nas unidades de ensino públicas e particulares. Nas situações em que os pais de alunos da rede municipal de ensino não apresentarem comprovante de vacinação de Covid-19 das crianças, nem por isso a criança deixará de frequentar a escola em caso de não estar vacinada, porém, a Secretaria Municipal de Educação é obrigada a prestar as informações ao Conselho Tutelar, conforme recomendação da Anvisa e do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.’

Também, no Art. 5º do documento diz que ‘A inobservância do dever estabelecido nos termos deste Decreto ensejará para o infrator a devida responsabilização tipificada no art. 268 do Código Penal.’ O artigo em questão diz que “infringir determinação do poder público, destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa” pode levar a pena de detenção de um mês a um ano além de multa.”

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“O prefeito ameaça os pais, que caso não levem seus filhos para serem vacinados, a Secretaria de Educação terá que denunciar os pais ao Conselho Tutelar. Então ele quer tornar obrigatório algo que não é. Porque a Nota Técnica da Anvisa dispensa a obrigatoriedade da vacina às crianças de 5 a 11 anos; o governo do estado em decreto assinado pelo governador recentemente dispensa o comprovante de vacinação para crianças, adolescentes e estudantes de nível superior, ou seja, as faculdades privadas, as escolas particulares e públicas em todo o estado da Bahia, estão dispensadas de exigir o comprovante da vacinação para os alunos, mas em Feira o prefeito decidiu ameaçar os pais se não vacinarem as crianças”, declarou Magno Felzemburgh.

Na avaliação do jurista, o prefeito Colbert Martins deve ser investigado pelo MP e entende que ele deve recuar e reeditar o decreto.

“O Ministério Público deve apurar essa situação e, além do mais, não se pode aceitar, pois não se exige um comprovante para entrar no shopping, no supermercado, mas exige para o acesso à educação. Eu recebi algumas denúncias de mães, que apesar do prefeito colocar que não exige, algumas diretoras de escolas do município estão exigindo o comprovante de matrícula e outras informam que na matrícula não exige, mas para entrar na escola terá que apresentar o comprovante de vacina. Por outro lado, o governador da Bahia declarou em seu decreto que não exige, mas todas as diretoras de escolas do estado estão exigindo o comprovante de vacinação para que o aluno entre na escola para assistir as aulas. Elas estão praticando também uma conduta criminosa, assim como o prefeito de Feira com a ameaça que faz”, afirmou.

 

O Acorda Cidade entrou em contato com a Procuradoria Geral do Município e aguarda o retorno.

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.