Educação

37 mil escolas estão fechadas no campo pelo Brasil

Educação do Campo é debatida pelo movimento social, universidade e governo na Expoagrifam.

Acorda Cidade

As políticas de Educação do Campo não têm se efetivado em grande parte dos municípios brasileiros. Preocupados com a realidade na Bahia, aconteceu o Seminário sobre Educação do Campo, na Expoagrifam, no último fim de semana, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Na mesa a Coordenadora do curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFRB, o Superintendente da Educação Profissional do Estado da Bahia Almerico Biondi e a Coordenadora Pedagogica da REFAISA Marilene Bisco, a mesa foi mediada pelo Lindiomar Araujo da FETRAF Bahia.

Durante três horas de intenso debate e questionamentos, propostas foram levantadas e observações da realidade baiana das escolas na zona rural dos 27 territórios, que compõe o Estado. “A escola deve estar articulada a um projeto do campo e a um projeto de desenvolvimento do País, planejada e gestada com seus educadores e educadoras, formadas para atuar nessas escolas”, comentou a professora da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), professora Jozelia Frutas, pontuando para a preocupação da universidade, em possuir um corpo docente de extrema qualidade.

Para a realidade de Marilene Bispo da REFAISA, falta apoio em toda a Bahia, para que as escolas agrícolas possam ser centro de referências, mesmo com toda a burocracia enfrentada, a escola ainda é o caminho para mudar a realidade do jovem do campo. “As políticas educacionais voltadas à realidade do campo são fundamentais para diminuir ou mesmo evitar o êxodo rural”, explicou Marilene emocionada.

Para o superintendente da Educação Profissional do Estado da Bahia, Almerico Biondi, “há necessidade de se discutir no contexto político atual da Bahia”, comentou superintendente, que é um defensor da educação do campo e deixou claro, “o governo está aberto para o diálogo sempre”.

O Seminário de Educação do Campo realizado na 2ª Expoagrifam, em Feira de Santana, na Bahia, pontuou: o papel dos movimentos sociais na conquistas de políticas públicas, a dimensão educativa dos grupos de mobilização, a pedagogia de alternância como uma alternativa educacional e uma melhor mobilização para acesso aos cursos de nível superior para os sujeitos do campo, além da necessidade da interiorização dos campi das universidades federais. Os dados do IBGE mostram que já são mais de 37 mil escolas fechadas no campo, e é onde está concentrada a maior taxa de analfabetismo do país. A Expoagrifam aconteceu de 5 a 8 de junho, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).