Economia

Previdência: aposentadoria integral vale só para alguns servidores

O ex-ministro da Previdência e atual diretor da FenaSaúde, José Cechin, explica como a idade mínima afetará os servidores públicos.

Acorda Cidade

Um dos principais pontos da reforma proposta pelo governo é a que estabelece uma idade mínima para homens e mulheres se aposentarem. Hoje essas idades não existem e muita gente se aposenta entre 50 e 55 anos, ou seja, deixam de contribuir e passam a receber. Acontece que a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado, fazendo com que a Previdência gaste com pessoas que vão passar mais tempo recebendo do que contribuíram.

Ex-ministro da Previdência e atual diretor da FenaSaúde, José Cechin explica como essa idade mínima afetará os servidores públicos e como será a regra de aposentadoria integral prevista para eles na reforma.

“Os servidores poderão se aposentar com aposentadoria integral desde que admitidos antes de 1º de janeiro de 2004. Então estes aqui poderão ainda ter aposentadoria integral desde que peçam aposentadoria aos 62 anos, as mulheres, 65 anos os homens. Essas idades, 62 e 65, serão para todos os futuros – quem vier a se aposentar e quem quiser ter essa aposentadoria integral. Poderão se aposentar um pouco antes, recebendo o valor média salarial, a partir de 53 anos, a pessoa do INSS, mulher, e 55 homem. No serviço público 55 e 60. E essas idades de transição vão aumentar um ano a cada dois anos que se passarem até atingir as idades de 62 e 65. Na iniciativa privada, o valor da aposentadoria é a média salarial que é atingida com 40 anos de contribuição. Se a pessoa não tiver 40 anos de contribuição ela vai ter, de partida 60% da média com 15 anos de contribuição. O valor aumenta um ponto percentual para cada ano adicional de tempo de contribuição. De modo que com 25 anos de tempo de contribuição, ela recebe 70% da média. Depois disso, o aumento é de 1,5% ao ano, durante cinco anos. Depois 2% e depois 2,5%. De modo que ela chega a 100% da média com 40 anos de contribuição. E isso se aplica para o INSS e se aplica para o setor público, exceto esses que eu falei antes admitidos antes de 2003.”

O governo federal se articula junto à Câmara dos Deputados para votar a reforma da Previdência ainda este mês, antes do recesso parlamentar que começa em 23 de dezembro.