Nordeste

Indicadores mostram que números do mercado imobiliário seguem em queda, reflexo da crise econômica

2016 começa com tendência de baixa, exceto por aumento tímido nas unidades lançadas.

Acorda Cidade

Os Indicadores Abrainc-Fipe, que trazem dados nacionais do mercado imobiliário, registraram o lançamento de 19.390 unidades no período de novembro de 2015 a janeiro de 2016, um recuo de 14,8% face ao mesmo período do ano anterior. Considerando o acumulado de 2016 (janeiro), os lançamentos totalizaram 1.697 unidades, volume 4,3% superior ao observado no primeiro mês de 2015.

As vendas somaram 24.293 unidades, uma queda de 16,6% na comparação com as vendas do mesmo trimestre no ano anterior. Esse patamar representa também diminuição de 21,8% frente ao que foi vendido no mesmo período de 2015.

Entre novembro de 2015 e janeiro 2016 foram entregues 27.869 unidades, recuo de 39,2% frente ao número de unidades entregues no mesmo período do ano anterior. No que se refere ao acumulado do mês de janeiro, as entregas somaram 7.366 unidades e tiveram recuo de 25,2% ao observado na mesma base de 2015.

Renato Ventura, vice-presidente executivo da Abrainc, afirma que o acréscimo no número de unidades lançadas se concentra mais no segmento de moradias de baixa renda. “Ainda assim, todo o estudo mostra um cenário em que a instabilidade política tem atrapalhado muito o país, e como consequência, o mercado imobiliário, que necessita da confiança das pessoas na economia para tomar a decisão de compra”, afirma ele.

Os dados das 19 empresas participantes do estudo mostram também que o mercado disponibilizou 111.674 unidades para compra ao final de janeiro. No trimestre compreendido entre novembro/15 e janeiro/16 foi vendido o equivalente a 19,3% da oferta do período, percentual que representa uma queda de 3,5 pontos percentuais face ao observado no trimestre encerrado em janeiro de 2015. Com isso, estima-se que a oferta atual se esgotaria em cerca de 15,5 meses.

Distratos

O indicador de distratos revela que, no acumulado de 2016 (janeiro), o total de unidades distratadas foi de 2.804, número 26% inferior aos distratos observados em janeiro/2015. Já, entre novembro/15 e janeiro/16, foram distratadas 11.854 unidades, um aumento de 6,9% frente ao número absoluto de distratos no mesmo trimestre do ano anterior.

Se considerados os distratos como proporção das vendas por safra de lançamento, a taxa de distratos das unidades vendidas no primeiro trimestre de 2014 apresenta o índice mais elevado da série histórica: 15,7%.

 “Quando os números de distratos de imóveis são comparados por safra, podemos fazer um acompanhamento desse indicador de forma mais consistente, já que o setor imobiliário é cíclico”, explica o vice-presidente executivo da Abrainc.

Renato Ventura ressalta que o acréscimo de distratos, referente ao trimestre deste estudo comparado ao do período anterior, é explicado pela conjuntura desafiadora de nossa economia, a qual difere da anterior quando da aquisição do imóvel na planta foi efetuada. “No entanto, analisamos também queda no montante por safra, no comparativo de um ano ao outro, o que afirma a tendência de queda no número absoluto. A nova geração de compras enfrenta outro cenário”.

Região Nordeste

No trimestre terminado em janeiro de 2016, foram lançadas na Região Nordeste 3.900 unidades, o que representa participação de 20,3% em relação ao mercado nacional. Já em relação às vendas, a região representou 12,7%, finalizando o período em referência com três mil unidades vendidas.

Os dados do Nordeste mostram também que 4.200 unidades de imóveis novos foram entregues, com participação de 15,1%. Entre novembro, dezembro/15 e janeiro/16, a oferta final da região era de 17.100 imóveis, sendo a representatividade de 15,6%.

O estudo

Os Indicadores Abrainc-Fipe são elaborados pela Fipe com informações de empresas ABRAINC que atuam em todo o país. O estudo, lançado em agosto, vem sendo construído pela Fipe desde janeiro de 2014, é o primeiro conjunto de indicadores do setor imobiliário obtidos nacionalmente.

Para a composição dos Indicadores são consideradas informações sobre lançamentos, vendas, entregas, oferta final, distratos e inadimplência do mercado primário de imóveis residenciais e comerciais. Divulgados mensalmente, os números são referentes ao último trimestre consolidado (novembro e dezembro/15 a janeiro/16).

Os dados que compõem os Indicadores são fornecidos à Fipe mensalmente pelas empresas associadas à Abrainc. Após compilar os dados, é feita cuidadosa verificação para garantir a consistência das informações e, se for o caso, as empresas são contatadas para eventuais ajustes ou validação. Em seguida, com os dados validados, os Indicadores Abrainc-Fipe são calculados e, posteriormente, disponibilizados.