Às vésperas do início do julgamento da trama golpista, o ministro da Casa Civil do governo federal, Rui Costa (PT), afirmou que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já o estão condenando previamente. A fala do ex-governador da Bahia foi realizada na manhã desta segunda-feira (1º), durante um evento em Feira de Santana.
Costa ponderou que tanto ele quanto o presidente da República adotaram a estratégia de evitar fazer comentários sobre o julgamento, instrumento previsto na Constituição Federal para punir supostos crimes e que compete exclusivamente ao Poder Judiciário. Apesar do tom sereno, o ex-governador avaliou que é estranho falar em anistia antes de uma condenação.
“Eu vi uma declaração do governador de São Paulo (Tarcísio de Freitas) dizendo que, se ele fosse presidente, daria anistia a Bolsonaro. Se ele vai anistiar, é porque já considera que o ex-presidente é culpado e já está condenado; ele já sentenciou o ex-presidente, porque você só pode dar anistia a quem já foi condenado por algum crime. Então, eu acho que o governador de São Paulo já considera que Bolsonaro é culpado e que ele já está condenado”, disse o ministro.
“As pessoas anunciam que vão construir hospital, que vão construir escola, que vão construir igreja, que vão gerar emprego, e o anúncio que ele (Tarcísio de Freitas) faz é dar anistia a alguém que ainda nem foi julgado. É esquisito. Mas eu não comento, eu acho que isso não dá para trazer para o âmbito da política. Isso tem que ficar no âmbito criminal e da justiça criminal, que vai analisar as provas”, complementou o ex-governador.
A anistia é um perdão concedido por um Estado a pessoas que cometeram crimes, especialmente crimes políticos, apagando os efeitos das punições e limpando a ficha criminal da pessoa anistiada.
O ex-governador da Bahia aproveitou a oportunidade para expor que, na opinião dele, o período em que o Brasil foi governado por Jair Bolsonaro serviu para “retirar a tampa da crueldade” de uma panela de pressão que foi montada durante a gestão anterior.
“Na semana passada, alguém ameaçou explodir novamente lá na Esplanada da República. Coisas que não aconteciam no Brasil, gente tentar se explodir, jogar bomba, isso passou a acontecer. Então, é como se tivesse destampado a loucura no nosso país, dado vazão ao que antes nunca tinha aparecido no país. E, infelizmente, esse tipo de coisa voltou a acontecer”.
“É mais esquisito alguém, em vez de estar perante a justiça, reunindo material para provar a inocência do ex-presidente [esteja fazendo o contrário]. Os seus familiares, especialmente o filho que é deputado federal, resolveu trair o povo brasileiro e viajar para os Estados Unidos morar lá com dinheiro pago pelo povo brasileiro, porque ele é deputado remunerado pelo povo, para tentar destruir as empresas do Brasil, tentar destruir a economia do Brasil e tentar destruir os empregos do Brasil”, concluiu o ministro.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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