A última eleição para prefeito de Feira de Santana foi a mais disputada para José Ronaldo. A estreita margem deu-se pelo natural desgaste do longo tempo que ocupou o poder, a hábil exploração da rejeição do governo Colbert pelo marketing do candidato José Neto (PT) e o natural crescimento do adversário, em sua quinta disputa. Inevitavelmente isso levou à montagem do secretariado com maior acordo político de todos as gestões anteriores- o que resultou em críticas na cidade que esperava um perfil mais diferenciado e renovado.

Esse mandato de Ronaldo reveste-se de alguns aspectos diferentes daqueles em que venceu com larga margem. Ele deve ser mais qualificado do que os anteriores para evitar que fique evidenciado um declínio administrativo; precisa corrigir pecados das gestões anteriores( caos da Artêmia Pires, inoperância do projeto Centro, ocaso do Centro de Abastecimento, etc); permitir articular seu futuro político.

Não faz sentido Ronaldo disputar a reeleição para prefeito, correndo o risco de ser derrotado, para fazer mais do mesmo, aos 77 anos, que será sua idade em 2028. Muita gente diz que Ronaldo foi colocado na fogueira em uma eleição majoritária e fritado na outra por ACM Neto. Evidente que na política quem manda é a oportunidade, mas sempre fica em algum lugar da memória uma cicatriz e desconfiança.

Ronaldo, certamente, vai administrar buscando recuperar a margem de popularidade fazendo um governo que responda às demandas urgentes da cidade e, no qual, busque articulação política que lhe permita participar do jogo político da sucessão estadual. Então, estamos vendo Ronaldo mais articulador, aberto, inclusive na relação com o governo do estado. Com dois meses ele já recebeu ambulância e participou de reunião com Jerônimo, governador, algo inimaginável nos mandatos anteriores. A parceria, ao que parece, tende ao crescimento. A conversa de obrigação institucional é mero jogo de cena.

Essa abertura coloca pressão no grupo de ACM Neto e gera especulação sobre um possível acordo com o grupo do PT. Algumas fontes já disseram que boas conversas não são uma novidade.

Teremos, na próxima eleição majoritária, muitas variáveis a serem pesadas, em especial depois que o PT chutou para escanteio a candidatura a Senador de Ângelo Coronel, do PSD, de Otto Alencar, ex-carlista de tradição. Evidente que a inelegibilidade de Bolsonaro ( e , talvez, a prisão), o derretimento da popularidade do governo Lula( apoio a ditaduras, declarações desastrosas, cerceamento pela atual esposa, ministério incapaz e preço dos alimentos) são elementos a serem considerados.

Ainda há muita água para rolar sob a ponte, como se costuma dizer, mas em períodos de equilíbrio nenhum apoio pode ser desperdiçado. Ronaldo, experiente e calejado, sabe desse jogo. É por isso que estamos vendo o prefeito diferente, ao menos em parte, nesse novo mandato.

Enfim, tudo pode acontecer. Inclusive nada.

César Oliveira, Tribuna Feirense

Dilton e Feito

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.