Ministro dos Transportes diz que saída da ViaBahia é o novo 2 de Julho: "Uma nova independência para os baianos"

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que a saída da concessionária ViaBahia da administração das BRs 116 e 324 no estado é um marco na vida dos baianos, comparando o momento até mesmo com a Independência da Bahia, diante daquilo que classificou como uma gestão mal sucedida de 15 anos.

A fala aconteceu nesta segunda-feira (19), em Feira de Santana, durante a assinatura da ordem de serviço para início das obras no Anel de Contorno da cidade. Durante a cerimônia estavam presentes o governador Jerônimo Rodrigues e o prefeito de Feira, José Ronaldo. A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e contará com um investimento de R$ 216 milhões.

“Quem é de Feira de Santana sabe o que a ViaBahia causou de transtorno ao povo daqui e ao povo que rodava na 116. E o presidente Lula, o ministro Rui Costa e o Jerônimo, dissemos que iríamos tirar a ViaBahia para dar solução para Feira de Santana e a essa parte do Estado. Tiramos”, disse o ministro.

Renan criticou o baixo investimento feito pela concessionária em trechos estratégicos para o tráfego nacional durante os anos de trabalho.

“A ViaBahia investiu apenas no ano passado, 40 milhões de reais de benfeitoria naquela estrada. Uma das estradas mais importantes do Brasil, essas duas, a BR-324, que vai para Salvador, e a BR-116, que vai até Minas Gerais. Imagina, de Feira de Santana a Minas Gerais, e de Feira de Santana a Salvador com apenas 40 milhões de investimentos. Por isso que o pavimento estava como estava. Por isso que eles não fizeram as duplicações que tinham assumido o compromisso de fazer”, disse durante a cerimônia.

Ainda durante o discurso político, o ministro rebateu possíveis críticas à retirada da empresa. “Quem quiser defender a ViaBahia, tudo bem. Eu estou defendendo a saída da ViaBahia como o novo 2 de Julho desse povo aqui. Uma nova independência para o povo baiano. O direito de ter um contrato que funciona. O direito do cidadão ter o direito de pagar para rodar numa rodovia, sim, mas ter a obra de melhoria daquela infraestrutura. Agora, pagar sem levar obra, o que o governo do presidente Lula disse foi o seguinte: o público vai cumprir a sua parte do contrato, mas o privado vai ter que cumprir também. Porque se não fizer a parte dele, não pode ficar cobrando as pessoas sem trazer o benefício que precisa ser feito.”

Segundo ele, a medida só foi possível porque o atual governo conseguiu reverter juridicamente decisões favoráveis à concessionária. “O governo do presidente Lula, que foi o governo que defendeu a democracia, tem força institucional, nós derrubamos todas as decisões que eles tinham na justiça, sentamos na mesa, fizemos um acordo, pagamos o que eles tinham de tempo de contrato para sair, eles saíram, nós vamos assumir a pista.”

Enquanto o governo federal prepara uma nova concessão, a manutenção das rodovias ficará sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “Ao invés dos 40 milhões de reais que eles colocaram, nesse ano que o governo vai administrar, vamos aplicar 500 milhões de reais na manutenção da BR-324 e da BR-116”, afirmou o ministro.

O contrato com a ViaBahia foi encerrado oficialmente na última quinta-feira (15), após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que também determinou o pagamento de uma indenização de R$ 681 milhões à empresa. O Governo Federal já quitou a primeira parcela, no valor de R$ 231 milhões. As BRs 116 e 324 estão agora sob gestão direta do Dnit.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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