Em evento que reuniu cerca de 3.000 pessoas na noite desta quinta-feira (5), o União Brasil e a Fundação Índigo, braço de formação política do partido, divulgaram uma Carta Compromisso (íntegra no final) com propostas para solucionar os problemas da segurança pública na Bahia, estado mais violento do Brasil em números absolutos. Somente no ano passado, de acordo do Atlas da Violência, 6.616 pessoas foram assassinadas em território baiano – média de 18 homicídios por dia.
Realizado no hotel Fiesta, o Fórum “SOS Bahia – Caminhos para mudar a segurança pública do nosso estado”, contou com as participações do vice-presidente nacional do UB, ACM Neto, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do senador Sergio Moro, do prefeito de Salvador, Bruno Reis, do deputado federal Capitão Alden, do ex-capitão do BOPE e especialista em segurança, Rodrigo Pimentel, e do comentarista político Caio Copolla.
Ao chegar ao hotel, ACM Neto falou sobre a importância do Fórum. “Os números sobre violência na Bahia são vergonhosos. Pelo 10º ano consecutivo, nosso Estado é líder em homicídios, estamos em segundo lugar em taxa de morte entre jovens e temos 7 das 10 cidades mais violentas do país. Isso só acontece porque o governador Jerônimo Rodrigues não trata a segurança pública com prioridade e não tem competência para enfrentar os bandidos”.
O governador Ronaldo Caiado responsabilizou as gestões petistas na Bahia pelo aumento da criminalidade. “Há quase 20 anos o PT governa a Bahia. É inacreditável que não tenham feito nada de efetivo para a redução dos crimes. E não fizeram porque não têm atitude, não têm nenhum compromisso”, ressaltou.
“Quando assumi o governo pela primeira vez, Goiás também ostentava índices vergonhosos na segurança pública. Implantei a política de tolerância zero com a bandidagem e os resultados estão à vista de todos: reduzimos em mais de 90% os roubos a veículos e cargas, zeramos os roubos a bancos e houve uma diminuição drástica nos homicídios. Hoje temos o controle total de todo território goiano”, disse Caiado.
Em sua palestra, Rodrigo Pimentel, ex-policial que inspirou o personagem Capitão Nascimento no aclamado Tropa de Elite, afirmou que a Bahia está no caminho do caos em relação à segurança pública. “A Bahia está na contramão do Brasil. Enquanto o Brasil registrou uma redução média de 25% na taxa de homicídios, na Bahia os crimes só crescem. Há 22 anos, a Bahia era um dos Estados mais seguros do Brasil, ocupava a 23ª colocação. Como é que passa a primeiro lugar em pouco tempo?”, indagou o ex-capitão do BOPE.
“Ao mesmo tempo em que a violência avança, os profissionais que deveriam estar na linha de frente do combate ao crime enfrentam um cenário de completo abandono. Em muitas cidades, não há sequer uma delegacia funcionando. Em outras, existe apenas uma viatura – muitas vezes quebrada ou sem combustível”, diz um trecho da Carta Compromisso, documento síntese publicado ao final do evento, com ações concretas que podem reverter a situação de calamidade pública na Bahia.
Em outro trecho, a Carta do União Brasil e Fundação Índigo fala que a tragédia na segurança pública da Bahia não está limitada aos números. “Ela está presente no cotidiano de milhões de baianos que vivem sob ameaça constante. Assaltos, roubos de cargas, estupros, sequestros, violência doméstica, facções armadas controlando territórios inteiros, ataques a ônibus, bancos e presídios – o medo virou parte da rotina”, diz o texto.
Bahia mais Segura – Além de apontar problemas crônicos, o Fórum S.O.S Bahia buscou orientação de especialistas para reduzir a criminalidade no estado, garantir a vida de jovens e trabalhadores, bem como reconquistar a liberdade e o direito de ir e vir do cidadão baiano. Algumas propostas que compõem a Carta de Compromisso nasceram de ideias já implementadas com sucesso pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás.
A liderança direta do governador sobre as corporações e a busca de uma gestão guiada por resultados apareceram com frequência como parte das soluções para a violência na Bahia. Com presença constante e empenho do chefe do Executivo, é possível unir as forças policiais, alinhar estratégias, cobrar resultados e garantir que as decisões saiam do papel e cheguem na ponta.
A integração das forças de segurança – Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnica, Polícia Penal, Corpo de Bombeiros Militar e Guardas Municipais -, em articulação com Ministério Público, Judiciário e forças de segurança federais, é capaz de desestruturar as organizações criminosas. Essa integração prevê, entre outras coisas, banco de dados unificado e operações conjuntas em tempo real, com apoio de tecnologia de ponte e inteligência artificial.
Tolerância Zero – O crime organizado, por suas características de hierarquia, comando e redes de apoio dentro e fora dos presídios, exigirá a criação de unidades de elite, voltadas para o combate às facções criminosas e ao tráfico de drogas. Diante da característica sistêmica da Segurança Pública, será fundamental integrar ação policial com políticas de educação, cultura, esporte, saúde mental e oportunidades de emprego, a partir de programas específicos para jovens em territórios vulneráveis, com foco em cidadania e pertencimento.
Valorização do Policial – Todos os especialistas envolvidos na elaboração da Carta de Compromisso são unânimes em afirmar a necessidade de valorização do agente de segurança policial. Assim, entre as ações propostas, destacam-se a reestruturação de carreiras, promoção por mérito e formação continuada; novos concursos para todas as polícias; modernização de equipamentos e armamentos; aumento na remuneração dos profissionais da segurança pública.
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Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.
Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.