Cultura

Casa do Sertão oferece atividades culturais para todos os públicos

Durante o ano, o Museu Casa do Sertão continuará visitas em grupo de estudantes com agendamento solicitado pelos estabelecimentos de ensino.

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O Museu Casa do Sertão, órgão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), programa uma série de atividades a serem desenvolvidas em 2019, voltadas a estudantes, pesquisadores e a público em geral. Dentre as ações, expectativa da disponibilização, para pesquisa, da coleção física do centenário Jornal Folha do Norte (1909-2017), o mais antigo ainda em circulação na Bahia, doado recentemente pela família Silva e que está em processo final de organização, sistematização e catalogação.

Durante o ano, o Museu Casa do Sertão continuará visitas em grupo de estudantes com agendamento solicitado pelos estabelecimentos de ensino. Também estão previstas oficinas de artes, projetos de extensão, salas de cinema e exposições.

Em ação há 40 anos

Quarenta anos de marcante atuação no fomento, preservação, valorização e difusão da cultura local e regional. Em ação desde 1978, o Museu Casa do Sertão, localizado às margens da BR-116 Norte, no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), é um espaço dinâmico, que atrai um público bastante diversificado, em busca de informações culturais e de apoio à pesquisa, como jornalistas, historiadores, professores e estudantes.

Construído pelo Lions Clube de Feira de Santana, que doou o espaço à Universidade no reitorado do saudoso educador José Maria Nunes Marques, o Museu contava, inicialmente, com uma sala para exposições temporárias, uma sala para a exposição do acervo permanente e uma pequena biblioteca. O projeto arquitetônico teve como autores o engenheiro civil Everaldo Cerqueira e o arquiteto e artista plástico Juraci Dórea.

Ao longo dos anos, houve um notável crescimento, tanto em termos de estrutura física quanto de acervo museológico. Novas peças foram incorporadas à coleção do Museu Casa do Sertão, a exemplo do Acervo do Couro, que pertenceu ao Museu Regional de Arte de Feira de Santana (MRA), sendo transferido para a Casa do Sertão em 1995, após a vinculação do MRA à UEFS; e da incorporação do Centro de Estudos Feirenses (Cenef) idealizado por Monsenhor Renato de Andrade Galvão, e da sua biblioteca pessoal doada em testamento pelo sacerdote, educador, historiador e Vice-Reitor da Universidade (1979 – 1987), em 1995.

O acervo foi agregado ao Centro de Estudos Feirenses (Cenef) com 4.916 exemplares, entre livros especializados em História (sobretudo de Feira de Santana), cultura popular e literatura de cordel; jornais feirenses dos séculos XIX e XX; manuscritos; cartas de alforria; monografias; dissertações; revistas do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e outros periódicos. Hoje, o acervo é um centro de referência para estudantes e pesquisadores.

Dentre as importantes publicações que se misturam à história de Feira de Santana e do Brasil, está o centenário Jornal Folha do Norte, o mais antigo ainda em circulação na Bahia, o Jornal Feira Hoje e a revista O Cruzeiro, um importante marco da imprensa brasileira que circulou com reportagens em níveis nacional e internacional de 1928 a 1975.

Ampliação

Entre 1995 e 1996, o prédio que abriga o Museu Casa do Sertão sofreu uma grande reforma, triplicando a sua área construída, que passou de 212,72 m² para 708,46 m². A ampliação possibilitou a redistribuição do acervo, em função da criação de novos espaços, como a Sala do Artesanato Crispina dos Santos, que apresenta parte da produção de artesãos feirenses; a Sala Eurico Alves Boaventura, que recebeu o acervo do Ciclo do Couro; a Sala Dival da Silva Pitombo, reservada a exposições temporárias; a Sala da Administração; o Centro de Estudos Feirenses; a Biblioteca Setorial; a Reserva Técnica e o Pavilhão Anexo Lucas da Feira, destinado a exposição de peças de grande porte.

Compartilhando do ideal de tornar a Uefs uma Universidade inserida no seu entorno e que, no âmbito de sua vocação múltipla e universal, contempla, cada vez mais, a sua regionalidade, o Museu Casa do Sertão vem preservando a cultura sertaneja e resguardando aspectos do cotidiano do homem sertanejo. Possui uma coleção constituída de artefatos em couro, cerâmica, metal, madeira, fibras e matrizes de xilogravura, que remetem à maneira de ser do povo nordestino. Esse acervo permanece aberto à visitação pública diariamente, em horário comercial.

Atualmente, o Museu Casa do Sertão procura incentivar a realização de novas investigações na área da cultura popular, resgatando, dessa forma, informações sobre a memória histórica e cultural da microrregião de Feira de Santana e, sobretudo, valorizando o papel desempenhado pelo homem sertanejo na formação social do Estado da Bahia, conforme destaca Cristiana Barbosa, historiadora e ex-diretora que ainda atua no Museu.

Oficinas

Exemplo disso são os projetos em execução que contemplam públicos de todas as idades. Estudantes e professores de estabelecimentos escolares de diversos municípios visitam o espaço com frequência. Dentre as iniciativas está o projeto Bonfim em Foco, criado por professores do Departamento de Exatas da Uefs e apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão.

Na edição de 2018, os jovens participaram das oficinas de pintura com pigmentos naturais, ministrada por Gemicrê Nascimento, artista plástico e professor da Uefs, e de modelagem no barro em conexão com a obra da artista plástica Crispina dos Santos, desenvolvida por Joseane Macedo, museóloga do Museu Casa do Sertão. A visita integrou as ações do Projeto ‘Sábado Divertido’ desenvolvido há três anos, fruto de parceria entre o Museu Casa do Sertão e o Projeto Bonfim em Foco.

Tendo à frente, hoje, o museólogo Cristiano Silva Cardoso, o Museu Casa do Sertão foi dirigido por importantes nomes da cultura e educação de Feira de Santana: Raimundo Gama, Franklin Maxado, Lúcia Cintra e Cristiana Barbosa.

O Museu Casa do Sertão funciona às segundas-feiras, das 14 às 17h30. De terça a sexta-feira, o atendimento é das 8h às 11h30 e das 14h às 17h30. Contato através do telefone (75) 3161-8750.