Neste mês de novembro, o PIX completa três anos de funcionamento. De acordo com o Banco Central, até o mês de maio deste ano, mais de 149 milhões de usuários no Brasil, já utilizavam a ferramenta para pagamento instantâneo de forma digital.
Até 2022, o PIX consolidou-se como o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e atingiu 29% de todas as transações registradas em 2022, contra 16% do total em 2021, como aponta o Banco Central.
Essa modalidade de pagamentos começou no final do ano de 2020, em meio à fase mais aguda da pandemia da Covid-19, e o principal objetivo do sistema foi aumentar a digitalização das transações financeiras no Brasil.
A reportagem do Acorda Cidade conversou Jairo Miranda, gerente de casa lotérica, que viu de perto a grande mudança da tecnologia, que afetou na falta de clientes no estabelecimento comercial.
“Óbvio que com o avanço da tecnologia, vai influenciar em todos os segmentos. Nós tivemos a pandemia da Covid-19, as pessoas ficaram enclausuradas dentro de casa, e isso levou uma facilidade destas pessoas acessarem os vários segmentos tecnológicos, entre eles, os serviços bancários e outras coisas mais pelo celular. Isso interferiu no movimento, tanto bancário, como também nas agências. Hoje nós estamos presenciando a demissão em massa de funcionários, fechamento de unidades, as transações estão ficando cada vez mais virtuais, e as lotéricas ainda possuem um diferencial que é por conta dos jogos, embora já exista também esta modalidade de fazer os jogos pelos aplicativos. De certa forma, isso ainda alavanca o movimento das lotéricas e o PIX veio para substituir a moeda. Antigamente, o cliente que chegava aqui na Lotérica, só poderia fazer transação se fosse da Caixa ou Banco Nordeste e hoje não, isso já é um grande avanço”, afirmou.
Ao Acorda Cidade, o diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, Edimilson Cerqueira, informou que não somente o PIX, mas a tecnologia de forma geral, tem afastado os clientes das agências.
“Os bancos vem implementando muitas mudanças, que na minha opinião, tem sido muito ruins, principalmente para quem paga taxas, quem paga juros altos, que é a população, que é o cliente, que é o usuário, que é o aposentado, que é o pensionista. Os bancos vem implementando uma forma mais virtual, mais tecnológica e não é que nós tenhamos nada contra isso, nós achamos que o banco pode ter a sua parte virtual, a sua parte tecnológica, mas o banco não pode impedir que alguém adentre na agência e não tenha um atendimento presencial, porque na cláusula do Banco Central, diz que os bancos são obrigados a ter isso. Então os bancos vem implementando ao longo dos anos uma política muito ruim, principalmente para o desenvolvimento da cidade, pode observar que Feira de Santana cresceu, cresceu até para lugares distantes do centro, onde você não tem uma agência bancária, você não tem um local para lhe atender”, afirmou.
Além das novas ferramentas oferecidas para os clientes, Edimilson Cerqueira também destacou as demissões em grande escala, que estão acontecendo em todo o Brasil.
“Só nos três últimos anos, nós tivemos agências fechadas, bancários que foram demitidos no país todo, e isso é muito ruim principalmente para uma cidade como Feira de Santana, que tem quase 1 milhão de pessoas circulando na cidade e que precisa de um atendimento bancário. Com o advento da tecnologia, hoje estão fazendo praticamente tudo, até depósitos que você fazia em cheques, agora você pode através do aplicativo do banco, você escaneia o cheque, faz o depósito direto nas máquinas, a própria máquina conta, dá o troco, ela faz tudo para evitar que o cliente adentre na agência”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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