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Jovem que perdeu couro cabeludo em kart deve passar por 10 cirurgias na 2ª fase do tratamento

Após enxerto de gordura e sessões de laser nas cicatrizes, Débora Dantas de Oliveira deve receber implante na região das sobrancelhas com pelos pubianos e das axilas.

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Acorda Cidade

A jovem Débora Dantas de Oliveira, que teve o couro cabeludo arrancado em um acidente de kart, volta ao centro cirúrgico nesta sexta-feira (23) para uma sessão de laser que tem como objetivo amenizar as cicatrizes nas coxas, de onde foram retirados retalhos de pele para cobrir o ferimento na cabeça.

Segundo o microcirurgião Alex Fioravante, que integra a equipe do Hospital Especializado, em Ribeirão Preto (SP), Débora deve ser submetida a 10 cirurgias ao longo da segunda fase do tratamento, em 2020, incluindo um implante de pelos na região das sobrancelhas.

“As opções são, basicamente, usar o cabelo que sobrou ou pelos do corpo, pelos pubianos, da axila, para a região dos supercílios”, diz o médico. “A recuperação da Débora é fantástica. A autoestima é surpreendente. Isso ajuda muito a ter essa evolução”, completa.

Débora está sendo acompanhada pela equipe no interior de São Paulo desde agosto do ano passado, quando coágulos em veias e artérias prejudicaram o reimplante do couro cabeludo que havia sido feito no Hospital da Restauração, em Recife (PE).

Fioravante afirma que a jovem tem o desejo de receber um transplante capilar. Entretanto, essa possibilidade ainda está sendo discutida porque a área escalpelada foi grande e talvez não haja folículos suficientes na região pubiana e nas axilas para preencher toda a cabeça.

“Como existem na literatura casos bem sucedidos desse procedimento e nossa equipe é capaz de fazer, e ela quer de qualquer forma, a gente está estudando essa possibilidade. Mas isso não é algo planejado para já, precisa ser discutido, inclusive com a Debora”, explica.

Nesta terça-feira (21), Débora foi submetida a uma lipoenxertia, que é um enxerto de gordura retirada do abdômen, além de retoques nas cicatrizes na cabeça, com o objetivo de melhorar a qualidade da pele, preparando a área para um possível implante capilar.

“Todos os pacientes submetidos a grandes reconstruções, a gente tem o costume de acompanhá-los para o resto da vida, porque são procedimentos muitos específicos. Não é todo lugar, todo médico que consegue fazer ou que tem habilidade para fazer”, diz Fioravante.

Debora reconhece que está ansiosa com a possibilidade de ter cabelos novamente. A pele foi arrancada desde a altura dos olhos até a nuca da jovem. O reimplante feito em Recife, onde ocorreu o acidente de kart, precisou ser retirado devido a obstruções em veias e artérias.

“É um processo longo, de vários anos. É um processo difícil, mas quero tentar de toda forma retomar meu rosto como era antes. Vai demorar bastante, mas acredito que tenha chance e estou bem ansiosa”, afirma.

A jovem deve continuar em Ribeirão Preto pelos próximos dias, enquanto se recupera dos últimos procedimentos. Debora continua estudando e segue firme no propósito de se tornar médica. A coragem e a determinação surpreendem a equipe médica.

“O organismo cansa, então você precisa estar forte e arretada, e segurar bem. É muito importante estar se sentindo bem e com esperança. Sempre penso que uma hora tudo isso vai acabar e que vou ter uma vida mais tranquila. Pode demorar, mas vai chegar”, finaliza.

Fonte: G1