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A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2012, divulgada na sexta-feira (27), apontou que o brasileiro está comprando mais carros e motocicletas. Para o coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, este é um reflexo dos escassos investimentos em mobilidade urbana feito pelas três esferas de governo. 
 
"O nível de investimento em mobilidade no Brasil é vergonhoso, ridículo. Devia ser muito maior. Se pegarmos todos os projetos hoje no país, o investimento é de cerca de R$ 81 bilhões", afirma Resende. "Isso não representa um quinto do necessário. Precisaríamos de R$ 450 bilhões a R$ 500 bilhões em projetos nos próximos anos para acelerar a retirada de veículos das ruas."
 
No país, o percentual de domicílios em que ao menos um morador possuía carro, segundo a pesquisa, chegou a 42,4%, o que corresponde a 26,7 milhões de lares. Já as motocicletas estão presentes em 20% das casas, com 12,6 milhões de unidades. Em 2011, 40,9% das residências tinham um carro – com aumento 1,3 ponto percentual em 2012. Já o percentual de casas com motos subiu 0,9 ponto entre 2011 e o ano seguinte. 
 
 "Os dados são preocupantes. Não é só a Pnad que demonstra isso, mas nos últimos dez anos o Brasil ampliou sua frota, e o ritmo não mostra sinais de arrefecimento", afirma o especialista. "O aumento do número de veículos não vai cessar. A aquisição de carros é cada vez mais fácil, e a frota de segunda mão tem preço acessível."
 
A presidente Dilma Rousseff anunciou este ano que pretende destinar R$ 50 bilhões para novos investimentos em mobilidade urbana até o final de seu mandato. Nos últimos 11 anos (2002 a 2012), em valores atualizados, R$ 6,8 bilhões foram autorizados para ações de mobilidade urbana, porém apenas R$ 1,3 bilhão (19,1%) foi efetivamente aplicado.
 
As informações são do Portal Uol.