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Estadão Conteúdo – O horário de verão termina na noite do próximo sábado (16) para domingo, quando os relógios deverão ser atrasados em uma hora. O País espera economizar cerca de R$$ 280 milhões com energia elétrica nos 11 Estados onde a medida ficou em vigor e no Distrito Federal.

A alteração no horário vai durar, ao todo, 119 dias. Ao reduzir a demanda por eletricidade no horário de pico, pois a luz solar é melhor aproveitada, o horário de verão provoca a diminuição nos custos de operação, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

É comum que algumas pessoas se sintam mal durante a alteração do horário. “Temos duas pistas para o funcionamento do metabolismo: o sol e o horário social. Quando uma delas muda, é comum que a pessoa sinta sono e aumento no apetite”, diz o professor de cronobiologia da Universidade de São Paulo Mario Pedrazolli.

Segundo Pedrazolli, os efeitos da mudança de horário são diferentes daqueles manifestados após uma viagem para um local com fuso horário diferente. “É até mais fácil o organismo se acostumar com o horário em uma viagem porque, nesse caso, as duas pistas de horário mudam ao mesmo tempo.”

A noite mais longa do ano será bem-vinda pelo relojoeiro Augusto Fiorelli, de 53 anos, que enfrentará uma maratona de trabalho no domingo. Fiorelli é responsável por arrumar 12 relógios de torres da Grande São Paulo – a maior parte entre 7h e 15h de domingo, Fazem parte do grupo os relógios da estação da Luz e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. “Arrumar o ponteiro e dar corda é fácil, leva 10, 15 minutos. O duro é subir todas aquelas escadas. As torres não tem elevador”, brinca o relojoeiro.

“Sorte que a noite anterior vai ter uma hora a mais.” O único acerto que fica para segunda-feira é o do relógio da estação de trem de Paranapiacaba, que mantém o modelo original, trazido da Inglaterra no início do século XX.

A discussão sobre horário de verão existe desde 1784, quando Benjamin Franklin, inventor do para-raios, propôs que os Estados Unidos aproveitassem melhor a luz solar para economizar o uso de velas. O sistema seria adotado na Europa na década de 1940. No Brasil, está em vigor de forma ininterrupta desde 1985.