Como se proteger contra golpes

Disseram que era urgente: identificando golpes de falsificação de mensagens do governo

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Boleto falso
Foto: Reprodução/Detran - ES

Golpes baseados em mensagens supostamente vindas do governo têm se tornado um fenômeno crescente no Brasil. Um dos casos mais recentes envolveu os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detran), com mensagens com a promessa de descontos ou mesmo gratuidade na obtenção da habilitação automobilística no país. A realidade, contudo, incluiu várias vítimas perdendo seus dados e dinheiro no processo.

Assim como esse episódio, diversos outros se apoiam em gatilhos psicológicos específicos, como ​​autoridade, medo e urgência, para induzir as pessoas a fornecer dados pessoais ou dinheiro. Entender como essas fraudes operam é o primeiro passo para se proteger dessas ameaças.

O fator urgência

Um dos elementos principais dessas fraudes é o senso de urgência. Os golpistas sabem, afinal, que a maioria das pessoas agem instintivamente ao se deparar com uma situação dita “urgente”. Mensagens que apresentam uma oportunidade ou perigo requerendo ação imediata criam estresse psicológico e levam a vítima a ignorar o pensamento crítico. Combinada com o uso de logotipos oficiais e linguagem formal, essa pressão pode fazer com que até mesmo pessoas cautelosas caiam em armadilhas.

O truque psicológico é simples: quando alguém que parece estar em uma posição de autoridade, como um órgão governamental, coloca algo como urgente, os indivíduos se sentem compelidos a obedecer. O medo de perder um benefício, ou pior, de receber de uma multa, deixa pouca margem para dúvidas.

O caso da CNH Social Digital

Uma ilustração perfeita desse método é o ocorrido em 2025 com os Detrans. Os criminosos postavam anúncios nas redes sociais alegando fazer parte de um programa chamado de “CNH Social Digital 2025”. Supostamente, essa política oferecia carteiras de habilitação com desconto ou gratuitamente. Os comunicados pareciam legítimos, inclusive usando logotipos de veículos de notícias conhecidos como o G1.

Ao clicar no anúncio, os usuários eram levados a uma página falsa que imitava portais oficiais do governo, onde eram solicitadas informações confidenciais, como CPF, nome completo e data de nascimento. Na etapa final, as vítimas eram induzidas a pagar uma taxa para finalizar o processo. Nem é preciso dizer que nenhuma carteira era emitida.

Na realidade, até existe um programa chamado CNH Social, mas ele é destinado a pessoas de baixa renda e é totalmente gratuito. Os candidatos são selecionados com base em critérios socioeconômicos, como inscrição no CadÚnico, e todo o processo é divulgado apenas pelos canais oficiais do Detran. Qualquer solicitação de pagamento ou taxa de pré-seleção é um sinal claro de fraude.

Como se proteger

O primeiro passo para se blindar contra esses golpes é adotar medidas preventivas. Especialistas sugerem, neste sentido, que os usuários:

Usem uma VPN. Uma boa rede privada virtual (VPN) adiciona uma camada extra de segurança ao criptografar o tráfego de internet do usuário, tornando mais difícil para criminosos interceptarem dados confidenciais (e, portanto, de direcionar golpes), especialmente quando se está conectado a uma rede Wi-Fi pública.

Nunca cliquem em links suspeitos. Seja em anúncios no Facebook ou em mensagens de grupos do WhatsApp, deve-se evitar clicar em links promocionais e preferir, em vez disso, digitar o endereço oficial diretamente no navegador.

Verifiquem antes de pagar. Se um programa alega ser gratuito, mas repentinamente cobra uma taxa, é melhor parar imediatamente o processo.

Confiram o domínio. Via de regra, deve-se confiar apenas em sites terminados em “gov.br”. Qualquer variação pode ser sinal de golpe.

Ao aplicar essas ações proativas e se manter informado sobre os últimos casos de fraudes online, principalmente no que tange ao uso do nome de organizações governamentais, o usuário poderá proteger a si e a sua família dessas ameaças.

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