Acorda Cidade
 
O músico Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o Champignon, chegou a fazer pelo menos duas declarações de pobreza à Justiça, segundo reportagem do portal G1. O baixista foi encontrado morto na madrugada de segunda-feira (9) e a suspeita é que tenha cometido suicídio.
 
Segundo a reportagem, nas declarações o músico alegava que não tinha condições financeiras para bancar os custos dos processos por conta de dívidas que tinha, a maioria por bens que comprou e não conseguiu quitar. Ele também alegava não ter dinheiro para pagar advogados para sua defesa.
 
O ex-baixista do Charlie Brown Jr. aparece em pelo menos dez ações em fóruns de cidades em São Paulo, incluindo a capital, Santos, onde nasceu, e São Vicente. Em sete destes processos do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Champignon aparece como réu.
 
A Lei nº 1.060 considera pobre judicialmente quem não consegue pagar as custas do processo e do advogado “sem prejuízo do sustento próprio ou da família".
 
Briga e processo
 
Em 2006, Champignon escreveu uma "declaração de pobreza" para pedir um defensor público para seu caso. Ele processava os ex-colegas de Charlie Brown Jr., de onde saiu brigado no ano anterior. Contra o Chorão, a ação era de R$ 650 mil. Contra a banda era de R$ 100 mil, para que sua imagem não fosse mais ligada ao grupo. O juiz entendeu que as condições não eram tão ruins, já que o baixista chegou a contratar três advogados para defendê-lo. Em 2011, Champignon fez as pazes com Chorão e voltou à banda. O processo foi extinto em 2013.
 
Em 2009, ele voltou a fazer uma "declaração de pobreza", pedindo novamente um advogado gratuito para defendê-lo no caso da reintegração de um imóvel movida pelo Banco Matone. A instituição exigia que o músico devolvesse um apartamento em Perdizes – ele vivia no local com a então esposa, Nicole Duarte, e a filha Luiza, 7 anos. O imóvel chegou a ir a leilão no mesmo ano por decisão da Justiça.
 
Outras ações
 
Em outra ação de “procedimento ordinário”, a Justiça condenou Champignon em 2009 a pagar R$ 96 mil para a Engeterpa Construções e Participações Ltda. Não há detalhes sobre o caso. Champignon ainda foi processado por outras dívidas. O Banco Continental exigiu em 2001 a devolução de um carro que foi financiado, mas não foi pago.
 
Em ação de 2012, o músico responde por não ter pago o IPVA de seu carro. Outras duas ações da Vara de Família de São Vicente são da ex-mulher contra o músico – uma no valor de R$ 1 mil e outra de R$ 11.160.
 
Suicídio
 
Para a Polícia Civil, Champignon se matou com um tiro de pistola 380 na cabeça depois de brigar com a esposa, Cláudia Campos, 32 anos, que está grávida de 5 meses. O corpo do artista foi encontrado no escritório de casa, em São Paulo.
 
Um dos motivos da briga era justamente a dificuldade financeira que o casal enfrentava, segundo a polícia. Ele também estaria pressionado por conta de críticas que recebeu ao assumir o papel de vocalista de A Banca, grupo formado com os remanescentes do Charlie Brown Jr. após a morte do vocalista Chorão, por overdose, há 6 meses. As informações são do Correio.