Calor de 39 graus mata 17 idosos em Santos

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A onda de calor matou 17 pessoas em Santos, no litoral paulista, na segunda e terça-feira, de acordo com informações da própria Secretaria Municipal de Saúde da cidade. As vítimas são idosos e estas mortes estavam relacionadas a complicações provocadas pelas altas temperaturas, que chegaram aos 39,1°C e têm como principais vítimas os idosos. As 17 vítimas morreram em casa.

O secretário de Saúde de Santos, Odílio Rodrigues Filho, informou que os pacientes que morreram têm idades entre 65 e 90 anos. Outros 15 óbitos de idosos foram registrados em pronto-socorros.

Em quase todos os casos, segundo ele, as vítimas já apresentavam doenças crônicas, como problemas respiratórios e cardíacos.Odílio afirmou que os dados ainda são preliminares, mas apontam para a falta de ingestão de líquido por parte dessas pessoas.

– Quando a pessoa é mais nova, o organismo compensa com mais facilidade a falta de água. Num idoso com problema cardíaco, por exemplo, o coração tem que bater mais forte para compensar isso, e aí, há o desequilíbrio – disse o secretário.

O secretário, que também é médico, alerta a parentes e acompanhantes de pessoas idosas a "aumentar a oferta de água" e procurar dar-lhes refeições leves em dias de forte calor.

O aumento repentino do número de mortes provocou também a falta dos formulários necessários para a emissão da certidão de óbito. De acordo com o secretário de Saúde, a falta desse documento na unidade foi reflexo do número excessivo de mortes nos últimos dias.

– Só para que se tenha ideia, em todo o mês de fevereiro do ano passado, foram 24 óbitos – comparou.

A mudança também pode ser traduzida pelo número de chamadas de ambulâncias: 220, de segunda para terça-feira, quando a média é de 130 por dia. Odílio disse que o fenômeno atingiu também a rede particular de saúde, que pediu formulários à secretaria. Ele afirmou que, em condições normais, a certidão de óbito nas unidades municipais é retirada quase que imediatamente após a morte do paciente.

– Reconhecemos o desconforto que isso traz, mas foi atípico – disse.

O drama da falta de formulários foi vivido ontem por familiares de uma mulher que morreu no Pronto-Socorro da Zona Leste. Eles ficaram cinco horas esperando pelo documento. A estudante de Direito Jéssica Ocroche conta que a tia, Julieta Ocroche de Jesus, deu entrada no PS durante a madrugada, com quadro de desidratação. A mulher, de 66 anos, morreu por volta das 7h30m, mas a família só obteve a certidão de óbito às 12h30m. Por conta do atraso, Jéssica teve dificuldade para providenciar o sepultamento.

      
Informações do O Globo