Bahia

Turistas conhecem principais atrativos de Cachoeira em horários especiais

Um dos lugares de maior valor histórico em Cachoeira é a antiga Casa de Câmara e Cadeia. Aberto até domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h.

Acorda Cidade

Os principais pontos turísticos do município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, estão abertos à visitação de turistas durante todo o fim de semana da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que é realizada até este domingo (18). O Memorial da Câmara, localizado na antiga casa de Câmara e Cadeia, o Museu Hansen Bahia, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e o Memorial da Irmandade da Boa Morte funcionam em horários estendidos para receber os visitantes que, além de desfrutar do ambiente literário oferecido pelo evento, podem saber mais da história da cidade do Recôncavo e suas tradições culturais.

Um dos lugares de maior valor histórico em Cachoeira é a antiga Casa de Câmara e Cadeia. Aberto até domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h, o local reúne uma série de painéis explicativos sobre a história do município, com destaque para a resistência cachoeirana frente às tropas portuguesas, organização e luta pela Independência. Personalidades importantes para a cidade têm destaque, como é o caso de Maria Quitéria, considerada heroína da independência.

A construção rústica guarda imagens dos caboclos, símbolos do povo brasileiro, e o carro no qual as imagens desfilam durante a festa da independência, que, em Cachoeira, tem sua principal data no dia 25 de junho. Neste dia, todos os anos, o município é elevado à condição de capital da Bahia, por um dia. Pela primeira vez na cidade, o carioca Jorge Ângelo Maia visitou o Memorial da Câmara. Acompanhado da mulher, o turista, que participa da programação da Flica, mostrou-se satisfeito com os atrativos. “É preciso cultivar a história, e a cidade está de parabéns por conservar o patrimônio”, comentou.

Igreja Matriz

Outro atrativo aberto à visita guiada é a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. Ao pagar uma taxa de entrada no valor de R$ 5, o visitante conhece as riquezas do templo onde estão guardadas as cinzas da enfermeira cachoeirana Anna Nery, que atuou voluntariamente durante a Guerra do Paraguai. A igreja está aberta das 8h às 12h e das 14h às 17h. No domingo (18), o funcionamento será somente no turno matutino.

Com construção entre os séculos XVII e XVIII, com material trazido da Europa, a igreja ficou pronta após 50 anos de obras. Depois disso, ganhou um rico conjunto de 3 mil azulejos portugueses que retratam passagens bíblicas, como a anunciação a Nossa Senhora, o nascimento de Jesus e a visita dos Reis Magos – essas últimas peças foram alteradas na Bahia para mostrar os Reis Magos com características do povo brasileiro.

Exposições

Partindo da história e da religiosidade para as artes, outro ponto de visitação obrigatória é o Museu Galeria da Fundação Hansen Bahia, onde é possível encontrar uma matriz de xilogravura e uma prensa, pertencentes ao escultor, cineasta, pintor e ilustrador alemão Karl Heinz Hansen, que escolheu a Bahia para morar. Mais de 10 gravuras do artista, com a temática do cangaço, também estão expostas e representam animais, bandos de cangaceiros e o casal Lampião e Maria Bonita.

Outras duas exposições integram o espaço. A primeira é de livros lançados pela fundação Odebrecht. Já a segunda reúne imagens e mapas de Cachoeira, mostrando a evolução da cidade do Recôncavo Baiano, com o passar dos séculos. As fotografias chamaram a atenção da professora Divanice Ferreira, de Feira de Santana, que, pela primeira vez, participa da Flica e considerou a viagem uma ótima oportunidade para conhecer as riquezas de Cachoeira. Até este domingo (18), o Museu Galeria funciona das 9h às 19h.

Memorial

Já o Memorial da Irmandade da Boa Morte mostra a trajetória das religiosas negras que, no século XIX, investiam seus recursos na compra das cartas de alforria de negros escravos. Até hoje, elas se reúnem para louvar a Nossa Senhora da Boa Morte, em Cachoeira, com uma série de celebrações, entre os dias 13 e 17 de agosto. Toda a tradição da festa é mostrada no espaço onde estão guardadas as roupas usadas em cada dia das festividades e réplicas dos adereços.

Os três andares do memorial guardam ainda fotos da festa e manequins que simulam a procissão, onde levam a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, remetendo os visitantes à experiência de participar da caminhada pelas ruas de Cachoeira. Para manutenção da casa é cobrada uma taxa de R$ 5 para a visita guiada. Neste sábado (17), o memorial abre das 8h30 às 17h, e no domingo (18), das 8h30 às 12h. Grupos podem agendar a visita com a realização de palestra pelos telefones (75) 99965-6195, 99115-6091 ou 99218-9637.

Parceria

O patrimônio da cidade está sendo resguardado por 75 policiais militares treinados para atender à população e aos turistas, e que foram designados para atuar durante a Flica. Alguns desses policiais falam inglês fluente, e outros estão sendo capacitados no idioma. A ação foi articulada pelas secretarias de Turismo do Estado (Setur) e da Segurança Pública (SSP), por meio do Batalhão Especializado em Policiamento Turístico (Beptur), com o apoio da Guarda Municipal, atendendo à solicitação da Prefeitura de Cachoeira.

A intenção é dar oportunidade aos visitantes de conhecerem de perto atrativos de grande valor histórico, artístico e cultural da cidade de Cachoeira, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1971, como Monumento Nacional.