Bahia

Sistema agroecológico desenvolvido na Ufob favorece plantio de uva orgânica em Barra

Na cultura, o pesquisador utiliza um sistema agroecológico, criado por ele mesmo e intitulado “Tecnologia de Bioflocos com Nutribioirrigação (BFT-NBI)”.

Sistema agroecológico desenvolvido na Ufob favorece plantio de uva orgânica em Barra Sistema agroecológico desenvolvido na Ufob favorece plantio de uva orgânica em Barra Sistema agroecológico desenvolvido na Ufob favorece plantio de uva orgânica em Barra Sistema agroecológico desenvolvido na Ufob favorece plantio de uva orgânica em Barra

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Nas últimas décadas, o Brasil tem se destacado internacionalmente pelo crescimento e a consolidação da produção de uvas de mesa e vinhos, a vitivinicultura, especialmente nas regiões do Vale do São Francisco, na Bahia e Pernambuco, e na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. No Oeste baiano, uma pesquisa desenvolvida pelo professor Anderson Miranda de Souza, coordenador do Núcleo de Tecnologias Sociais da Ufob, em parceria com o professor César Fernandes Aquino da área de fruticultura, com a participação dos estudantes do curso de Agronomia, tem produzido bons resultados com a uva sem semente BRS Vitória, nova cultivar da Embrapa, no município de Barra.

Na cultura, o pesquisador utiliza um sistema agroecológico, criado por ele mesmo e intitulado “Tecnologia de Bioflocos com Nutribioirrigação (BFT-NBI)”, que consiste na criação de peixes em reservatórios fechados, sem recirculação de água, com alta concentração de oxigênio e com suplementação temporária de fontes de carbono. Nele, uma técnica de cultivo estimula o crescimento de bactérias benéficas que fazem a assimilação de biomassa bacteriana, formando aglomerados compostos por restos de fezes, ração, bactérias e outros micro-organismos.

Os aglomerados acumulam uma série de nutrientes orgânicos (proteína, carboidratos e lipídeos) e inorgânicos (macro e microminerais) que possibilitam reduzir a oferta de ração para os peixes em até 30% e os impactos ambientais. “Essa técnica reaproveita a água do sistema, o que diminui gastos com a renovação da água, aumenta a eficiência e a sustentabilidade da produção, podendo utilizar por anos a mesma água, apenas repondo o percentual evaporado e utilizado”, explica Miranda.

A partir dos bons resultados obtidos pelo sistema na piscicultura, foi feita uma irrigação em consórcio com videiras utilizando também solução nutritiva e biológica. Neste teste, segundo o professor, observou-se que as bactérias substituíram elementos e moléculas químicas e geraram uma menor aplicação de fertilizantes, adubos e hormônios vegetais, o que favoreceu o cultivo das uvas.

As informações produzidas na pesquisa são compartilhadas com produtores de agricultura familiar em dias de campo e ajudam a contribuir para o desenvolvimento local e regional, por meio de geração de renda e bem-estar social.

Próximos passos
Agora, após o sucesso dos experimentos iniciais, o objetivo é ampliar a área de produção de uvas na Região. Que já foi aprovado um projeto de pesquisa por meio do processo 434869/2018-0 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). Os recursos estão sendo empreendidos na construção do novo sistema BFT-NBI, com maior volume, e na produção de uvas de mesa, para sucos e vinhos.

Confira mais no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=yOcV3UGxmao