Gabriel Gonçalves
Será realizado neste sábado (21) e domingo (22) no município de Riachão do Jacuípe, o 3º Curso de Atendimento Intra e Pré-Hospitalar.
O evento está sendo organizado pela brigada voluntária Anjos Jacuipenses, onde serão abordados conteúdos teóricos e práticos de aprendizado, imobilização e pranchamento, desobstrução de vias aéreas, palestras e simulado realístico com múltiplas vítimas.
Ao Acorda Cidade, o bombeiro civil, Lucival Jesus Souza, contou que o último evento no município, foi realizado no ano de 2018.
“A gente sempre realizou simulados de acidentes com múltiplas vítimas como uma forma de capacitação e qualificação. Nós realizamos um simulado no ano de 2018, e logo depois tivemos um acidente grave envolvendo um ônibus da cidade de Capela do Alto Alegre, com 17 vítimas, sendo que sete, infelizmente morreram. A brigada Anjos Jacuipenses atuou sozinha naquele momento e devido à preparação da equipe, foi o fator primordial para evitar que outras pessoas também morressem naquele momento. O nosso grupo já esteve presente em mais de 80 acidentes seja envolvendo carro ou moto, além de acidentes envolvendo quedas”, informou.
De acordo com Lucival, este treinamento também visa uma preparação para os grandes eventos juninos que serão realizados.
“Já estamos nos aproximando dos festejos juninos, onde existe uma grande aglomeração de pessoas, e estaremos presentes nestas festas. Além dos festejos de São João, também já ficamos pensando nos festejos do final do ano, então este simulado, este curso, é uma ótima preparação para todos os profissionais”, contou.
Um dos palestrantes presente no evento, será Antônio Carlos Estrela de Araújo, professor do curso de Enfermagem e coordenador da Área de Concentração de Vítimas (ACV) do Congresso Internacional de Desastre em Massa (Cidem).
De acordo com o professor, os desastres estão acontecendo com mais frequência no Brasil.
“Hoje a questão do desastre em nosso país e também no mundo vem acontecendo com mais frequência. Quando se fala em desastre, muitas vezes a gente pensa só na questão de por exemplo, como aconteceu com Brumadinho, como aconteceu no Rio de Janeiro lá em Petrópolis, que ali foi uma catástrofe, mas vem acontecendo conosco aqui esses desastres também. Lá na própria região onde vai acontecer o simulado, tem poucos meses que aconteceu a colisão entre dois ônibus que vitimou muitas pessoas, então essas ocorrências elas acontecem com muita frequência e as equipes devem estar preparadas para realizar esse tipo de atendimento porque uma unidade hospitalar, com esse tipo de acidente, pode chegar a 40, 50 vítimas ao mesmo tempo, e isso vai realmente desestruturar todo o serviço daquela unidade”, informou.
Segundo Antônio Carlos Estrela, a depender da ocorrência, as equipes podem atuar em um cenário fora do controle.
“Em uma situação de múltiplas vítimas, a gente atua em um cenário fora de controle, são coisas que a gente não espera, e essa ocorrência também depende da natureza. Por exemplo, pode ser simplesmente uma colisão entre ônibus, como também pode ter envolvimento de produtos perigosos, com carro que transporta produtos inflamáveis, explosivos, então existe toda uma situação específica para atender cada ocorrência com a sua especificidade. Por isso, a importância justamente para alinhar que cada instituição cumpra o seu papel de forma efetiva justamente para que em um evento como este, não é apenas uma instituição que participa, mas precisa da Polícia Militar, precisa da Guarda Municipal, precisa do pessoal do trânsito, precisa do pessoal do DPT, precisa do pessoal do Samu, precisa do pessoal do hospitalar, então é todo o envolvimento e precisa de várias instituições e cada instituição dessa precisa saber realmente qual o seu papel para que o evento seja coordenado e que maior número de vítimas realmente sejam atendidas e que sejam salvas”, concluiu.
Uma equipe de Bombeiros Civis de Feira de Santana, estará presente no evento. Ao Acorda Cidade, Lud Cordeiro, que é bombeiro civil profissional e presidente do Águias Blindadas, explicou que o grupo atua na cidade há cerca de seis anos.
“A gente já atua há quase seis anos aqui na cidade, porque somos bombeiros profissionais civis, socorristas, então trabalhamos com empresas privadas, em festas, outros eventos, até porque a lei hoje determina que a partir de 200 pessoas, é necessário que se tenha um bombeiro profissional civil e socorrista no local ou a brigada de incêndio. Nosso grupo tem 12 componentes, com a presença de técnico de segurança do trabalho, técnico de enfermagem, enfermeiras e socorristas”, explicou.
Para a presidente do grupo Águias Brilhantes, será de suma importância a presença do público, em observar como são prestados os primeiros socorros.
“Estaremos neste final de semana em Riachão do Jacuípe, e assim, queremos também passar para o público, passar para a comunidade, a importância do bombeiro civil, a importância de outros profissionais em socorrer vidas. O meu lema por exemplo, é salvar vidas, tudo que se refere à vida humana, importa para mim, eu escolhi fazer parte deste grupo, socorrer as pessoas e se for preciso, dar a nossa vida para salvar outra. Recentemente onde eu moro, uma criança estava engasgada e fui chamada, dei os primeiros socorros até a chegada do Samu, mas se não tivesse outra pessoa com as técnicas para socorrer aquela criança, a situação poderia se agravar”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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