Daniela Cardoso

Foi criada pelo governo estadual a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BahiaTer), vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Rural. O secretário da pasta, Jerônimo Rodrigues explicou, em entrevista ao Acorda Cidade, as vantagens dessa superintendência para a zona rural baiana.

Acorda Cidade: Que vantagens a superintendência traz para a zona rural baiana?

Jerônimo Rodrigues: A Bahia tem uma força muito grande e essa é uma oportunidade para as pessoas da zona rural. Quando o governador Rui Costa criou a Secretaria de Desenvolvimento Rural, o foco dele era justamente que a gente pudesse elevar a renda do homem do campo e criar condições para que essas pessoas possam melhorar de vida, garantindo a convivência com a agroecologia. Ninguém faz isso sem alguns elementos, como o crédito, estradas e energia. Nada disso funciona se não tiver orientação técnica. Por isso foi criado dentro da secretaria a BahiaTer.

AC: De que forma vai haver um incremento na questão da agricultura familiar?

Jerônimo Rodrigues: O tamanho da agricultura familiar na Bahia não é para se fazer uma mudança rápida. Temos que fazer um processo de remodelagem de um sistema que seja sustentável, que envolva prefeitura, sindicatos, associações que representem esse público. As pessoas que moram mais perto dos grandes centros e estão organizadas em sindicatos, é mais fácil para terem acesso a políticas públicas. Mas as pessoas que moram mais distantes, não têm essas facilidades. Nossa missão é chegar a todas elas. Só em 2015 quando a BahiaTer foi criada, em Feira de Santana foi lançado em Bonfim de Feira um edital de R$ 150 milhões para que pudesse atender a 40 mil famílias. O custo de uma família dessa, por ano, gera em tono de 1.200 a 1.500 reais para que um técnico possa visitá-lo e fazer reuniões. É um custo simbólico, mas tem peso. Estamos em uma situação de expansão daquilo que a EBDA fez. O modelo nacional requereu que o governador extinguisse a EBDA, mas não acabaram os serviços.

AC: De que maneira os agricultores estão sendo assistidos com o fim da EBDA?

Jerônimo Rodrigues: Temos três formas de atendimento. Um é um quadro de profissionais que vai diretamente aos municípios. Esses técnicos são os que estavam na EBDA, eles foram contratados e fazem o trabalho em campo. Outra forma, nós abrimos editais, contratamos entidades, definimos quais são os locais e as dificuldades e serão desenvolvidas assistência técnica junto as comunidades. Temos outra vertente de ação, que é em parceria com municípios. Estamos formatando que isso ocorra nesse ano de 2016, através de consórcios.