Daniela Cardoso e Ney Silva
“O modelo de gestão implementado na saúde da Bahia precisa ser mudado. É feito de forma amadora e ainda tem muita amizade que favorece algumas pessoas”. A afirmação é do secretário municipal de saúde de Serra Preta, Wlisses Jarbas Silva de Miranda, que também é coordenador da Comissão Intergestora Regional (CIR), que define as políticas de saúde de Feira de Santana e mais 27 municípios.
Ele destacou que é preciso ter pré-requisitos na hora da contratação e disse que é necessário acabar com gestores amadores, que trabalham com o modelo de gestor amigo, principalmente no momento em que, de acordo com o secretário, a Bahia vive uma epidemia de dengue, chikungunya e zika.
“Temos três tipos de gestores no mercado: o amador, o profissional e o gestor de alta performance. Precisamos acabar com os amadores. A Bahia está vivendo uma epidemia de dengue, com falta de leitos e falta de acesso. Como é que eu como gestor não consigo uma vaga? Que modelo de gestão é esse? É o modelo de gestor amiguinho, onde eu tenho um amigo em tal hospital e levo meus pacientes para lá”, exemplificou.
Wlisses Jarbas afirmou que todos têm direito a acesso, a saúde, a remédios e a exames. Ele defende que com a fim do gestor amigo, quem vai ganhar são os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A Bahia precisa mudar esse modelo de amizade e enxergar a frente das coisas que estão acontecendo. Se eu sou um gestor, tenho que implementar as coisas que estou vivendo no momento. Tenho que olhar pra minha região para ver os pontos francos, os pontos fortes, as minhas oportunidades e manter uma gestão de qualidade. Precisamos dar uma resposta para a população, mas paramos no impasse da amizade, onde é feita a regulação paralela. Precisamos ter uma regulação onde o cidadão tenha acesso, como manda a cartilha e não como manda os amiguinhos”, declarou.