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A preservação ambiental e o desenvolvimento econômico, social, territorial e institucional são os desafios identificados no Plano Urbano Intermunicipal da Ilha de Itaparica (PUI). O documento faz parte das ações que integram o planejamento do Sistema Viário Oeste (SVO), do qual faz parte a ponte Salvador-Ilha de Itaparica. Ele foi apresentado no Complexo Cultural de Vera Cruz, em Mar Grande, para os Grupos de Acompanhamento Local (GAL), na quarta-feira (13).
A palestra foi realizada pelo consórcio formado pelas empresas Demacamp, Instituto Polis e Oficina Engenheiros e Construtores Associados, responsável pelos estudos urbanísticos do projeto. O Programa de Desenvolvimento Urbano da SVO tem três vertentes: planejamento socioeconômico, planos urbanísticos e planos setoriais locais de habitação, saneamento e mobilidade. Os planos urbanísticos englobam o Plano Urbano Intermunicipal da Ilha de Itaparica (PUI), Plano Diretor Urbano (PDDU) e Plano Local Urbanístico (PLUR).
Os trabalhos de elaboração do PUI tiveram início em abril de 2014 e o consórcio mantinha oficinas periódicas nas localidades envolvidas. Uma versão digital do que foi apresentado nesta quarta-feira pelos técnicos foi entregue aos presentes, que têm até o dia 18 de maio para encaminhar sugestões e críticas, as quais serão consideradas e levadas para a audiência pública marcada para o dia 11 de junho, de onde sairá a versão final. Em reunião realizada anteriormente, o PUI foi detalhado para os agentes políticos dos municípios.
“Todo o processo foi participativo”, destaca Graça Torreão, diretora Territorial da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), que coordena o trabalho. “O PUI é um instrumento que tem a dimensão do olhar do estado e dos municípios da ilha como um todo, de forma a articular e integrar as políticas públicas”, explica Torreão.
Desenvolvimento urbano
O PUI tem o propósito de planejar a ocupação e o desenvolvimento urbano na área diretamente impactada pela ponte Salvador-Ilha de Itaparica. E seu conteúdo servirá de subsídio para uma nova etapa, que é a elaboração dos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano (PDDU) dos municípios de Vera Cruz e Itaparica, bem como do PDDU Intermunicipal.
“Essa dimensão de integração é muito importante, pois, apesar dos municípios da ilha integrarem a Região Metropolitana de Salvador, suas condições de desenvolvimento estão muito distantes das da capital”, analisa a diretora.
Dados preliminares apontam que nos próximos 30 anos, com a construção da ponte, a Ilha terá entre 60 e 80 mil novas residências, o que significa que a população saltará de aproximadamente 70 mil para 280 mil pessoas. Os estudos do PUI visam justamente identificar soluções para o crescimento urbano e tráfego de veículos nos municípios de Itaparica e Vera Cruz, que serão os mais afetados pelo projeto.
Sistema Viário
O Sistema Viário Oeste (SVO), que engloba a ponte Salvador-Ilha de Itaparica, criará um novo vetor de desenvolvimento no estado, impactando 4,4 milhões de habitantes de 45 municípios da Bahia. Com a criação da ponte e demais intervenções viárias presentes no projeto, a Ilha (Itaparica e Vera Cruz), o Recôncavo Sul e o Baixo Sul – que hoje apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) próximo das regiões mais pobres do estado – terão seu crescimento socioeconômico estimulado, semelhantemente ao ocorrido no litoral após a construção da Estrada do Coco e da Linha Verde.
Orçado em R$7 bilhões, o projeto do SVO abre perspectiva para que a região diretamente impactada receba investimentos públicos e privados três vezes maiores do que os recursos gastos na obra, que tem previsão de durar quatro anos. Para isto, o plano de desenvolvimento da região prevê o estímulo a nove áreas: educação, saúde, segurança pública, logística, indústria naval, turismo, agricultura, comércio e construção civil. Em 30 anos, a expectativa é que o crescimento destas atividades possibilite a criação de 100 mil novos postos de trabalho.