Segurança Pública

MP propõe elaboração de Plano Estadual para redução de mortes decorrentes de intervenção policial

Foram ouvidos 48 representantes da sociedade civil, além de entidades como a Anistia Internacional e Grupo Tortura Nunca Mais.

MP propõe elaboração de Plano Estadual para redução de mortes decorrentes de intervenção policial MP propõe elaboração de Plano Estadual para redução de mortes decorrentes de intervenção policial MP propõe elaboração de Plano Estadual para redução de mortes decorrentes de intervenção policial MP propõe elaboração de Plano Estadual para redução de mortes decorrentes de intervenção policial
Foto: Sérgio Figueiredo
Foto: Sérgio Figueiredo

Durante a audiência pública realizada na tarde de segunda-feira (2), o Ministério Público Estadual propôs a realização de um Plano Estadual para redução de mortes decorrentes de intervenção policial na Bahia, que conte com a ampla participação da sociedade e de entidades e organizações não-governamentais. A audiência foi realizada pelo MP, por meio do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), em parceria com a Defensoria Pública estadual e o Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos (CEPDH).

Foram ouvidos 48 representantes da sociedade civil, além de entidades como a Anistia Internacional; Grupo Tortura Nunca Mais; Instituto Fogo Cruzado; Odara – Instituto da Mulher Negra; Juristas Negras; Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre drogas; e IDEAS – Assessoria Popular.

“O Ministério Público é uma instituição que tem como função definida pela Constituição Federal a defesa do regime democrático, dos interesses sociais e liberdades civis. Precisamos estar em contato permanente com a sociedade e por isso propomos a discussão dessa temática tão relevante e da necessidade da elaboração de um plano de redução da letalidade policial no estado”, destacou o promotor de Justiça Luís Alberto Vasconcelos, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Segurança Pública do MP (Ceosp).

Ele dividiu a mesa de abertura com a vice-presidente do CEPDH, Robelle Damasceno, e com a defensora pública geral Firmiane Venâncio.

Foto: Sérgio Figueiredo

“O diálogo com a sociedade civil e com as instituições do sistema de Justiça é o caminho para oferecermos respostas aos desafios complexos que enfrentamos no campo da segurança pública e dos direitos humanos. Nesta atividade de ontem, recolhemos importantes contribuições para o aprimoramento do nosso trabalho e para elaboração de políticas públicas em prol dos direitos e da liberdade do povo baiano”, afirmou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas.

A audiência pública foi conduzida pelo promotor de Justiça Pablo Almeida. Também estiveram presentes o Cel PM Delmo Barbosa de Santana, corregedor da Polícia Militar (PM); o tenente coronel PM Hilton Teixeira, corregedor adjunto da PM; o corregedor chefe da Polícia Civil, Edenir Macedo Cerqueira; a corregedora do Departamento de Polícia Técnica, a perita criminal Graça Modesto; e o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), Nelson Gaspar Alvares Pires Neto, dentre outras autoridades.

Foto: Sérgio Figueiredo

Na ocasião, a promotora de Justiça Aline Cotrim, coordenadora do Geosp, apresentou as ações do grupo nas esferas repressiva, acompanhando e apoiando as investigações dos promotores de Justiça nessa temática; e na tutela coletiva da segurança pública, realizando diagnóstico, monitoramento e fiscalização das políticas de segurança pública.

Foto: Sérgio Figueiredo

“Daí a importância desse espaço de escuta qualificada e respeitosa para avaliarmos a adequação das ações propostas pelo MP às demandas da sociedade civil e demais instituições que atuam na área. Acreditamos que a elaboração de um Plano Estadual de redução da letalidade policial, de modo colaborativo e participativo, além da criação de um Comitê Interinstitucional para acompanhamento de sua implementação são o caminho a ser seguido para a redução gradual dos números de letalidade policial na Bahia”, destacou a promotora de Justiça.

O chefe de gabinete da SSP, Nelson Gaspar Alvares Pires Neto, ressaltou que a secretaria está em diálogo com as instituições e a sociedade civil. “Temos trabalhado pelo fortalecimento das Corregedorias, empenhada na contratação das bodycams, além do plano de redução de letalidade que está em elaboração e, em breve, será submetido a avaliação e sugestões da sociedade. Tudo para promover mais transparência nas atividades policiais”.

Foto: Sérgio Figueiredo

As escutas da sociedade civil realizadas durante a audiência vão subsidiar o MP na instrução do procedimento administrativo instaurado no dia 22 de setembro deste ano, que tem como objetivo fomentar a criação e implementação de um plano estadual de redução de mortes decorrentes de intervenção policial.

O plano deve contemplar a realização de um diagnóstico, com mapeamento das regiões mais e menos afetadas, dos destacamentos policiais e guarnições com maiores índices de letalidade; formação dos agentes públicos envolvidos, mediante capacitações e qualificações contínuas, inclusive em direitos humanos; instituição de Procedimentos Operacionais Padrões (POPs) para orientar de forma objetiva a atividade policial; e controle rigoroso de armas e munições, com ênfase na rastreabilidade do material bélico e no fomento à aquisição e uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, dentre outros.

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