Acorda Cidade
 
Um médico da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, região sul da Bahia, admitiu receber dinheiro para antecipar as consultas de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A denúncia partiu do marido de uma gestante que esperava atendimento mais de três horas.
 
Procurado pela reportagem da TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia, o médico preferiu não dar entrevista. Porém, sem saber que a câmera estava ligada, o obstreta confessou a prática. "Não é que eu esteja cobrando. Não chego aqui e cobro. É o doente que vai e paga para ser atendido. Quando chego, a taxa está aqui", diz. Questionado sobre o destino do dinheiro, ele afirma: "Essa taxa fica comigo". Segundo ele, o dinheiro não impossibilita que gestantes que não pagam deixem de receber o atendimento.
 
David Coelho, marido da jovemLaís Magalhães, moradora na zona rural da cidade e que precisou sair de casa às 4h para tentar atendimento no hospital e até as 9h não havia sido atendida, relata como ocorre o pagamento. "O rapaz pega a identidade, os R$ 50 e leva até o médico. Existem pessoas aqui dentro, testemunhas, que viram ocorrer isso várias vezes", alertou. "Eu estive aqui duas vezes e não consegui ser atendida por conta da quantidade de pessoas, eles começam a atender, depois param e a gente não consegue receber o atendimento", lamenta.
 
Na unidade de saúde, o recepcionistaJosé Aroldotambém explicou como funciona a cobrança e a classificou como "taxa de prioridade". "É uma taxa de prioridade. Ele [médico] pega o nome da pessoa e atende com exclusividade", detalha. Segundo o funcionário, somente o obstreta Paulo Paulo Roberto Bitencourt realiza a prática.
 
O provedor da Santa Casa, o médico  Eusínio Lavigne, disse que não sabia da cobrança da taxa e que a direção foi acionada para investigar o caso. As informações são do G1.