A mãe do jovem baiano que foi morto a facadas no balneário espanhol de Blanes, em Girona, na quinta-feira (5) depende de uma decisão da justiça espanhola e de ajuda financeira para trazer o corpo do filho para o Brasil.
Bahia
Mãe de baiano morto na Espanha espera Justiça liberar o corpo
‘Ele trabalha como escravo, por uma dormida e uma comida’, diz. Baiano de 22 anos foi morto no dia 5 em balneário espanhol.
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“Até agora, nada de ajuda, estivemos no consulado e disseram que não faziam remoção de corpo, o Itamaraty respondeu a mesma coisa. Isso foi na quinta (12), até agora estou aqui aguardando e nada de reposta”, disse Maria Cristina Moraes, de 44 anos.
Na Espanha há quatro anos, Odycleidson Moraes do Nascimento, conhecido como Kekeo, foi assassinado há cerca de uma semana, no dia 5 de dezembro, na casa em que morava, que pertence ao padre espanhol que o levou ao país. A mãe diz que ela e o filho foram enganados pelo padre, que conheceram em Salvador, e disse ter mulher e enteadas brasileiras.
O padre teria oferecido emprego ao jovem na Espanha e prometido que isso lhe daria um visto permanente em cerca de um ano: depois ele poderia voltar para o Brasil e trabalhar na Espanha no verão, quando é alta temporada. O brasileiro, no entanto, estava ilegal no país desde que chegou e tentava conseguir o visto por meio de um advogado.
“Na casa desse homem ele arrumava, limpava as coisas, descia para comprar comida para esse vagabundo. Ele fazia trabalho escravo, por uma dormida e por uma comida”, afirmou, se referindo ao padre Jaume Reixach. Ela diz que o filho trabalhava em um pizzaria para ter dinheiro.
Maria Cristina está na Espanha desde terça-feira (10) em busca de uma maneira de trazer o corpo do filho para o Brasil e tem passagem marcada para voltar em 11 de janeiro. Ela pensa em criar uma conta doação para receber o dinheiro, estimado em R$ 21 mil, para trazer o filho. “Não vou aceitar enterrá-lo aqui porque ele é brasileiro”, diz.
Noiva espanhola
Segundo o jornal espanhol “El País”, Odycleidson teria sido morto a facadas por um filipino, que confessou o crime e disse ter matado o brasileiro por ele dizer que sua mulher e sua filha participavam de orgias na casa do padre. O filipino também teria sido trazido à Espanha pelo padre, há 18 anos, e afirmou que tinha relações sexuais com ele por dinheiro e que para isso, se drogava.
O bispado de Girona divulgou nota em que diz estar investigando o caso. O padre negou ter relações sexuais com o filipino e com o brasileiro, de acordo com o “El País”, mas livros e CD de pornografia gay teriam sido encontrados no apartamento.
A mãe de Kekeo diz que o filho “não levava uma vida de homossexual” e que ele chamava o padre de pai. O menino também tinha uma noiva na Espanha, que Maria Cristina pretende conhecer neste domingo.
Ela e a amiga do filho, Seila Oliveira, dizem que Odycleidson e a noiva, que é espanhola e mora em uma cidade próxima, estavam juntos há dois anos. “Meu filho não tinha uma vida de homossexual. E se ele fosse, agora, nesse momento, não importaria, mas não vou deixar essa história ir longe”, disse.
Para Seila, que é de Goiânia e mora na Espanha há cerca de dez anos, Kekeo era uma menino “mais normal que os espanhóis”, carinhoso e meigo. Ela afirma que o caso surpreendeu a cidade, que é bastante calma, com muitos idosos e tem cerca de 40 mil habitantes.
“Você acha que uma pessoa ia ter relação sexual com outro homem como dizem que ele tinha e ter noiva, que vinha para cá, saía com ele, dormia com ele às vezes na casa? E depois ia chamar ele de pai. Só se ele drogasse o Kekeo”, diz Seila.
Fonte: G1.
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