Bahia
Inflação em Salvador registra alta de 0,20%
Dos 375 produtos/serviços pesquisados mensalmente pela SEI, 213 registraram alta nos preços, 84 apresentaram decréscimos e 78 não tiveram alterações.
Acorda Cidade
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Salvador apresentou, em outubro, variação positiva de 0,20%. Em outubro de 2012, o IPC havia registrado variação de 0,65%, segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan). No acumulado dos últimos 12 meses (novembro de 2012-outubro de 2013), a taxa ficou em 4,53%, resultado inferior ao acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (outubro de 2012-setembro de 2013), que foi de 5%.
Em outubro deste ano, os produtos/serviços que tiveram maiores contribuições para o aumento da taxa, com suas respectivas variações de preço, foram: hospitalização e cirurgia (44,15%), motel (12,31%), calça comprida feminina (7,45%), microcomputador e impressora (6,79%), passagem de ônibus interestadual (3,92%), pão francês (3,74%), camiseta, blusa e blusão femininos (2,48%), anti-inflamatório e antirreumático (2,23%), aluguel residencial (0,89%) e automóvel novo (0,51%).
Em contrapartida, os produtos cujos preços exerceram maiores pressões negativas foram: feijão mulatinho (19,83%), cebola (14,29%), gasolina (7,42%), seguro voluntário de veículos (7,25%), cruzeiro marítimo (5,24%), feijão rajado (5,67%), sandália feminina (4,46%), pacote turístico (4,25%), etanol (2,73%) e gás residencial (0,79%).
Dos 375 produtos/serviços pesquisados mensalmente pela SEI, 213 registraram alta nos preços, 84 apresentaram decréscimos e 78 não tiveram alterações. Os produtos que mais apresentaram aumento em outubro deste ano foram: hospitalização e cirurgia (44,15%), limão (35,34%), serviços de relojoeiro (19,38%), manga (18,87%), peixe bagre de mar (13,12%), motel (12,31%), fotografia para documentação (11,83%), short infantil (10,61%), tomate (10%) e pão de milho (9,05%).
Os aumentos nos preços do setor hospitalização e cirurgia ocorreram por influência dos reajustes nos procedimentos médicos de internação e cirurgia. Já o limão, cuja produção equivale a 0,2% do valor agregado da produção agrícola no estado, apresenta como principais produtores os municípios de Rio do Pires e Muquém do São Francisco e passa por um comportamento sazonal nos meses de outubro e novembro nos últimos três anos, que apresentaram ou picos de preço ou continuação de patamares elevados. A colheita da safra se concentra nos meses de janeiro a junho, e o fato de se ter uma oferta reduzida em relação à demanda pode também ser o agente influenciador dessa alta.
Entre os produtos cujos preços aumentaram, o peixe bagre de mar (13,12%) tem em Salvador um dos principais centros consumidores de pescado, sendo a Bahia o terceiro lugar na produção nacional. Apesar disso, a Bahia ainda tem que importar de outros estados, especialmente de Santa Catarina e do Pará. Esse último acumulou um aumento de 25,97% no preço do bagre, de janeiro a outubro.
Em relação a Santa Catarina, as perspectivas apontam para maiores aumentos futuros, devido à proibição de pesca de espécies de peixe nativas daquele estado durante a piracema, incluindo o bagre, que começou a vigorar no dia 1º deste mês.
Desempenho dos grupos – Em outubro deste ano, vale ressaltar que, dos sete grandes grupos que compõem o IPC/SEI, seis variaram positivamente, enquanto um registrou decréscimo. O grupo ‘vestuário’ variou positivamente em 1,14%. Os produtos que mais influenciaram este resultado foram: short infantil (10,61%), calça comprida feminina (7,45%) e roupa de dormir feminina (6,43%). No grupo ‘artigos de residência’, houve variação positiva de 0,91%, em razão de acréscimo nos preços de microcomputador e impressora (6,79%), talher (5,61%) e colchão (3,85%). Já no grupo ‘saúde e cuidados pessoais’, foi registrado aumento de 0,87%, em decorrência da elevação nos preços de alguns produtos, entre os quais: hospitalização e cirurgia (44,15%), moderador de apetite (7,76%) e anti-inflamatório e antirreumático (2,23%).
O grupo ‘alimentos e bebidas’ obteve acréscimo de 0,68%. Entre os subgrupos que o compõem, alimentação no domicílio registrou 0,73%, enquanto que alimentação fora do domicílio 0,59%, em razão, principalmente, do reajuste nos preços de bala, chiclete, doce e chocolate em barra (1,12%), refeição a peso (0,95%) e água mineral fora do domicílio (0,46%).
No grupo ‘habitação e encargos’, houve aumento de 0,31%, devido aos reajustes em itens como desinfetante (4,63%), água sanitária (2,31%) e tinta para casa (1,87%). Em ‘despesas pessoais’, foi registrado acréscimo de 0,18%, motivado pelo aumento nos preços de serviços de relojoeiro (19,38%), motel (12,31%) e fotografia para documentação (8,70%). Já no grupo ‘transporte e comunicação’, observou-se redução de 0,98%, em consequência, principalmente, das variações nos preços da gasolina (7,42%), seguro voluntário de veículos (7,25%) e etanol (2,73%)
Cesta básica interrompe cinco meses de queda e fecha outubro com alta de 2,03%
A ração essencial mínima definida pelo decreto-lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que estabelece 12 produtos alimentares (feijão, arroz, farinha de mandioca, pão, carne, leite, açúcar, banana, óleo, manteiga, tomate e café) e suas respectivas quantidades, passou a custar R$ 236,77 em outubro deste ano, representando aumento de 2,03%, quando comparado com o mês de setembro do mesmo ano.
Dos 12 produtos que compõem a ração essencial mínima, sete registraram acréscimos nos preços: tomate (10%), banana da prata (3,85%), pão francês (3,74%), carne bovina/cruz machado (2,55%), açúcar cristal (1,06%), arroz (0,84%) e leite pasteurizado (0,31%). Por sua vez, quatro registraram variações negativas: manteiga (0,10%), óleo de soja (0,62%), farinha de mandioca (1,25%) e feijão rajado (5,67%). Apenas o café moído permaneceu com preço estável.
O aumento do valor do tomate se deve a problemas climáticos nas regiões produtoras e à entressafra. De acordo com dados da Secretaria da Agricultura (Seagri), a caixa com 23 quilos de tomate, que custava R$ 13 no primeiro dia do mês de outubro, passou a custar R$ 30 no dia 30 do mesmo mês, apresentando alta de 130,77%. As variações nos preços de produtos como o tomate são de grande relevância, devido ao fato do produto ser um dos componentes da cesta básica.
Os principais destaques da cesta ficaram com o feijão, a farinha de mandioca e a carne bovina/cruz machado. O feijão terceira safra é destaque, por sua expressiva recuperação na produção. São 194 mil toneladas nesta safra, o que corresponde a 186% de incremento. Informação sobre o milho segunda safra também indica maior área (77%) e melhor rendimento em relação ao mês anterior (+36,6%). A previsão de crescimento do milho total ficou em 9,3% em setembro.
A mandioca manteve a perspectiva de queda neste acompanhamento de outubro, com uma produção de 1,3 milhão de toneladas na safra deste ano. A queda de 39,7% é atribuída às condições desfavoráveis nas regiões de plantio. Já a carne bovina/cruz machado experimentou alta depois de sete meses em queda, o que demonstra o início da recuperação do preço deste produto.
No mês em análise, o tempo de trabalho necessário para obter a cesta básica foi de 83 horas e 48 minutos, e o trabalhador comprometeu 34,92% do salário mínimo[1] para adquirir os 12 produtos da cesta.
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