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O diretor do Hospital Maria Moreira Lisboa, na cidade de Itanhém, contestou a versão de um homem que alega que sua filha recém-nascida se mexeu durante o velório, após ser dada como morta pelo estabelecimento médico. Segundo Oséas Moreira Lisboa, não há como explicar o que o pai sugere que aconteceu com sua filha no último domingo (20).
A mãe da menina estava grávida de gêmeas e deu à luz na noite de sábado (19). A primeira que saiu do útero da mãe já estava sem vida há 72 horas. A segunda sobreviveu por cerca de 20 horas e o pai foi chamado para buscar o corpo dela por volta de 18h30 de domingo. "Ela estava arroxeada, não tinha pulso, não tinha movimento cardíaco e não respirava", defende o diretor do hospital.
Neilton Barbosa dos Santos, 36 anos, garante que sua filha se mexeu e suspirou enquanto sua mãe vestia a garota para o velório. Ele retornou para o hospital onde aconteceu o parto e o óbito foi constatado novamente. Ele também reclama de mau atendimento da unidade médica para a criança, que nasceu com apenas sete meses de gestação.
Segundo Oséas, o seu hospital não tem condições de atender um caso como o da filha de Neilton. Ele chegou a pedir transferência para a Unidade Materna Infantil, na cidade de Teixeira de Freitas, a cerca de 90 quilômetros de Itanhém, mas o pedido foi negado pois não havia vagas na unidade médica.
"Em Teixeira de Freitas, ela receberia atendimento de uma UTI Neonatal, além de médicos e uma equipe de enfermagem especializada. Com a estrutura que a gente oferece em Itanhém, ela não tinha como sobreviver", explica o diretor do hospital, que também revelou que a própria equipe médica se surpreendeu pela menina nascer com vida.
O pai da menina reclamou do tratamento prestado pelo hospital, mas segundo o diretor, a equipe médica fez o que era possível. "Passamos a noite com a criança em berço aquecido, colocando oxigênio e demos leite materno", afirma o Oséas ressaltando a dificuldade de atender a menina, que nasceu 12 semanas antes do esperado e pesando apenas 900 gramas. Segundo ele, o fato da mãe ser hipertensa e a outra garota ter passado 72 horas sem vida dentro do útero também complicaram as chances de sobrevivência do bebê. As informações são do Correio.