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Os ritmos do Carnaval estão contagiando milhares de foliões, que dividem os cerca de quatro quilômetros entre a Barra e Ondina, num circuito sem fronteiras. Na sexta-feira (2), os trios sem cordas apoiados pelo Governo do Estado, como o do cantor Saulo, aproximam gente de diversos países, de outros estados e, claro, os baianos.
O soteropolitano Josimar Carvalho, 28 anos, é professor de dança e estava acompanhado da alemã Lea Zentgraf e da venezuelana Cristiamar. “O Carnaval deste ano, com essa iniciativa, é importante para fazer a congregação das pessoas. Todos podem se divertir sem agressão, curtindo as mesmas coisas”, comemorou Josimar.
Lea afirmou que foi a outros shows sem cordas neste ano e que prefere curtir o Carnaval desta forma. "Não vou gastar dinheiro com bloco ou com camarote, porque acho que o Carnaval é para todo mundo”. Já Cristiamar contou que é a segunda vez que vem à folia baiana. “O espaço, a organização, tudo melhorou bastante. Eu prefiro assim, sem corda, é mais livre. É todo mundo, não tem diferença, isso é o que eu mais gosto”.
Belga, mas residente em Montreal, no Canadá, Mariane Denyild está com um grupo de amigos representando seis países. Eles vão passar três semanas no Brasil e o carro chefe da viagem é o Carnaval em Salvador. “Está ótimo brincar sem corda. Eu já vim em outros anos, mas ontem fomos surpreendidos, porque não foi uma bagunça. Meus amigos não são acostumados com a folia do Brasil, mas estão todos se sentindo bem e em segurança”.
Soteropolitana, a representante comercial Tiana Souza, 39, foi com o marido e a filha, de dez anos, atrás do trio de Saulo. "A festa está ótima, sem corda, com a família, com criança, está muito bom". Já a turista cativa do Carnaval de Salvador, Ana Paula Correa, 28, veio de Sorocaba, no interior de São Paulo, e aprovou a liberdade dos blocos sem cordas. "Já pulei com corda, mas sem corda está maravilhoso. Eu acho que assim possibilita que outras pessoas participem. E a energia é espetacular".
Artistas celebram Carnaval para todos
O Governo do Estado investe R$ 69 milhões no Carnaval 2016. Diversas atrações gratuitas são realizadas em todos os circuitos da folia. A essência da festa de rua, democrática e para todo mundo, é resgatada com 63 atrações em trios sem cordas no Campo Grande e na Barra. O cantor Léo Santana é um dos artistas que se apresentam sem cordas nesta sexta (5). “Nós baianos somos abençoados, e ter gente do mundo inteiro é gratificante demais, curtindo a maior festa de rua do mundo", disse.
"Fico feliz porque vai ter uma multidão curtindo o nosso show sem restrição alguma, sem bloco, na pipoca, sem preconceito. Quando se toca em um bloco, temos uma preocupação de agradar aquele público, mas sem corda é preciso agradar a todos, fazer como que todo mundo possa se divertir. Isso faz com que a gente também fique muito mais feliz”, completou Léo.
Personagem carismático que chama a atenção desde a criação do grupo É o Tchan, compadre Washington também aprovou o Carnaval sem cordas. “O povo vai poder curtir mais o Tchan. Já fizemos muita festa nos blocos, mas agora o Governo do Estado está levando o Tchan para todo o povo”. Beto Jamaica acrescentou que essa mistura é típica da Bahia. “É o Tchan já foi para o Egito, para o Havaí, para o Japão, é o Tchan agora vai sem corda”. Os trios de Aline Rosa, A Vingadora, Papazoni e Selva Branca também desfilam sem cordas nesta sexta (5).