"Não temos nenhum tipo de explicação sobre toda essa polêmica da nossa retirada das praias", lamenta a presidente da associação das baianas.
"Nós já tentamos por diversas vezes entrar em contato com ele [o juiz federal Carlos D'Ávila], mas não conseguimos. Nós estamos com muito medo de que, se realmente nos tirarem da areia aqui em Salvador, isso possa vir a acontecer em outras praias como em Lauro de Freitas, na orla de Camaçari e até nas ilhas", disse Rita.
Ainda de acordo com ela, foi realizado um mapeamento das profissionais desde as praias da Cidade Baixa de Salvador a Ipitanga, e foram contabilizadas 550, enquanto a prefeitura aponta apenas 110.
Esteve presente na audiência também o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan-BA, Carlos Amorim, que falou sobre a licitação de um edital no valor de R$ 250 mil que irá salvaguardar a atividade de baiana de acarajé, além do cadastramento da categoria como baianas e não como cozinheiras.
A ideia é que a frente seja composta, além de Fabíola, por Gilmar Santiago (PT), Silvio Humberto (PSB), Aladilce Souza (PCdoB) e Edvaldo Brito (PTB).
Uma preocupação externada pela maioria dos participantes da audiência pública da última quinta-feira diz respeito à portaria que vai ser publicada em cinco dias pela Prefeitura de Salvador por meio da Secretaria de Ordem Pública.
Pelo que a portaria vai determinar, segundo Rita Santos, para que as baianas possam renovar as licenças para comercialização de produtos nas ruas, praças e praias da capital baiana será preciso apresentar uma certidão negativa de débito de tributos mobiliários.
A vereadora Fabíola pediu que a prefeitura adie o prazo para a publicação da portaria, para que seja feita uma discussão "mais ampla" envolvendo as baianas. "Acredito na sensibilidade da secretária Rosemma Maluf [Ordem Pública] e do prefeito ACM Neto", declarou a vereadora.
Foi sobre este ponto que ela fez a sugestão às baianas de não trabalhar por um dia: "Onde não há negociação, deve haver manifestação". A presidente da Abam avalia a sugestão.
Responsável pelo processo referente à situação da orla de Salvador, o juiz Carlos D'Ávila tem se recusado a dar declarações à imprensa. As informações são do do A Tarde.