Julgamento

Após 16 anos, assassinos do auditor fiscal José Raimundo Aras serão julgados

A vítima foi morta, após combater a chamada 'Máfia do Açúcar', que atuava na região da divisa dos estados da Bahia e Pernambuco

Após 16 anos, assassinos do auditor fiscal José Raimundo Aras serão julgados Após 16 anos, assassinos do auditor fiscal José Raimundo Aras serão julgados Após 16 anos, assassinos do auditor fiscal José Raimundo Aras serão julgados Após 16 anos, assassinos do auditor fiscal José Raimundo Aras serão julgados

Acorda Cidade

 

Depois de 16 anos, finalmente irão a júri popular os acusados de envolvimento no assassinato do auditor fiscal da Secretaria da Fazenda da Bahia, José Raimundo Aras, pai do procurador federal Vladimir Aras
 
A vítima foi morta, após combater a chamada “Máfia do Açúcar”, que atuava na região da divisa dos estados da Bahia e Pernambuco, no trecho Juazeiro-Petrolina
 
O julgamento está marcado para o dia 29 de novembro de 2012, às 9 horas, no tribunal do júri da Comarca de Petrolina/PE e foi marcado graças à intervenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que atendeu representação 6341-86.2011.2.00.0000, por excesso de prazo, apresentada pela família
 
“Depois das lágrimas e do descaso, a Justiça brasileira resolveu mover-se”, destaca o procurador federal Vladimir Aras. Segundo ele, a morte do pai foi um momento muito doloroso e que seu pai “era um homem honrado, que lutou pela democracia”.
 
O acusado, Carlos Robério Vieira Pereira nasceu em Arco Verde/PE em 1965. Em 1988, morando em Juazeiro, tornou-se réu na ação penal 6247-59.2005.8.05.0146. Matara um homem a tiros em setembro daquele ano
 
Seu processo tramitou de forma modorrenta no cartório local. Essa sua primeira vítima ficou esquecida até 2002, quando houve o júri e Robério foi condenado seis anos.
 
“Oito anos depois da primeira empreitada, o mesmo Carlos Robério cometeu outro homicídio, tendo como vítima meu pai, o auditor fiscal José Raimundo Aras. Era outubro de 1996. O acusado tinha sido ‘promovido’, de homicida comum passara a pistoleiro. Executou um crime de mando, e tirou a vida de um servidor público, sociólogo, fundador da Associação dos Sociólogos do Estado da Bahia (ASEB) e professor”, lembra o procurador federal.
 
Depois de 16 anos desse segundo homicídio, finalmente foi marcada a sessão plenária para o julgamento das ações penais 581-17.1996.8.17.1130 e 070-19.1996.8.17.1130, propostas pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco contra os comerciantes Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima, acusados de autoria intelectual, e o próprio Carlos Robério Vieira Pereira.
 
É um caso típico da Meta 2 da ENASPEstratégia Nacional de Segurança Pública, implantada pelo Conselho Nacional do Ministério Público
 
José Raimundo Aras era auditor fiscal da SEFAZ/BA. Foi vítima da chamada “Máfia do Açúcar” , a mando de três atacadistas da região de Juazeiro, em função de autuações fiscais que desvendaram um esquema de sonegação de ICMS entre Bahia e Pernambuco.
 
“Sonegação é um crime grave. Prejudica indiretamente a sociedade, com a supressão de verbas para escolas, hospitais, boas estradas. Sonegação também mata!”, frisa Vladimir Aras. Servidores do Fisco estadual da Bahia e de Pernambuco se organizam para comparecer ao júri. Na acusação, atuará o promotor de Justiça Júlio César Lira, do MP de Pernambuco. Com informações do Blog do Gerlado José.