Acorda Cidade
Pedaços de bambu foram encontrados nos destroços do imóvel que desabou após uma explosão e deixou uma pessoa morta e duas crianças feridas, na quinta-feira (16), no bairro de Periperi, no subúrbio de Salvador.
Um jovem de 22 anos, que estava em um dos três pavimentos do imóvel, morreu soterrado, e duas crianças ficaram feridas. Elas foram levadas para o Hospital do Subúrbio e o estado de saúde não foi informado. Um homem também foi atingido pelos destroços e recebeu atendimento do Samu.
A polícia desconfia que o material encontrado no local era usado na fabricação de espadas para o São João. “Tudo indica que alguém estaria manipulando pólvora para a confecção de espadas e, de alguma forma, ocorreu uma explosão que causou toda essa tragédia nesse local. Eu acredito que não chegue a ser uma fábrica, até pelo pequeno espaço, mas eu acredito mais que ele estaria confeccionando [fogos] em um espaço reduzido, espadas, não sabemos se para seu uso ou para revender”, afirmou o delegado Nilton Borba, titular da 5ª Delegacia, em Periperi.
De acordo com a polícia, só a perícia feita no imóvel, que fica na Rua General Labatut, poderá confirmar o que realmente aconteceu. Em um dos andares do imóvel funcionava um estúdio de música, onde estaria a vítima morta, que era um músico.
Segundo os vizinhos, o jovem morto não morava no prédio, mas frequentava o estúdio de música e gostava de soltar espadas de São João. “Era um amigo meu, tocava em uma banda de reggae, sempre estava aqui na casa dele também. Já toquei com ele, sou percussionista. Estou sem saber o que aconteceu com ele realmente nessa coisa aí que os três andaram desceu [sic.], e a gente não sabe se foi bojão, se foi pólvora, se foi algum fio, alguma coisa”, disse Josenilson Oliveira, amigo da vítima.
A estrutura de duas casas vizinhas foi abalada e, segundo a Defesa Civil de Salvador, foram isoladas e serão demolidas por questões de segurança. Em um deles, de quatro andares, vivem três famílias que tiveram que sair do imóvel e foram para casa de parentes.
Resgate
O trabalho de resgate do corpo do jovem morto foi demorado. De acordo com os bombeiros, houve dificuldade de fazer a retirada da vítima do local porque o corpo estava coberto de escombros e ainda havia risco de desabamento.
A área foi isolada e a energia elétrica do bairro foi desligada para diminuir o risco de incêndio. Parte de uma das lajes do imóvel precisou ser destruída pelos bombeiros, policiais e técnicos da Defesa Civil para ter acesso ao espaço onde estava a vítima. “Parece que uma parte do corpo está carbonizado, mas ele [vítima] está preso nas ferragens, na laje. Então, os bombeiros estão fazendo toda uma manobra para tirar a laje de cima para que o corpo saia inteiro”, informou o capitão Bruno Czekus, subcomandante da 18ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
Já era noite e a fumaça continuava no local com pequenos focos de incêndio controlados pelos bombeiros com jatos d’água. Depois de quase cinco horas, as equipes de resgate conseguiram retirar o corpo da vítima debaixo dos escombros. “O corpo estava sob escombros, estava em uma área difícil e havia um risco eminente de cair sobre os bombeiros. Então, a gente, optando pela proteção do corpo ainda e pela proteção do bombeiro, fez com cautela para que a gente pudesse ter acesso ao espaço confinado, com uma equipe nossa de busca e resgate em estrutura colapsada, a fim de evitar um dano maior e um rompimento da estrutura, com uma lesão maior no nosso bombeiro. A gente observou, fez uma varredura e não há novos corpos”, disse o coronel Julio Nascimento, do Corpo de Bombeiros.
Após o resgate, os bombeiros permaneceram no local para terminar de destruir o que ainda restava da laje para evitar desabamentos. As informações são do G1.
Assuntos
