Feira de Santana

Pesquisa indica como foi o crescimento populacional de Feira nos últimos 30 anos

De acordo com Sandra Medeiros, a pesquisa data inicialmente de 1940.

Laiane Cruz e Ney Silva

Uma pesquisa feita pela professora Sandra Medeiros, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, indica que o município teve um crescimento bastante acelerado, principalmente nos últimos 30 anos. Segundo a pesquisadora, a cada década, o número de habitantes está dobrando e isso tem dificultado investimentos na área de recursos hídricos e saneamento, ao mesmo tempo, em todos os locais da cidade.

De acordo com Sandra Medeiros, a pesquisa data inicialmente de 1940. Os dados revelam que Feira tem crescido de forma exponencial, ou seja, a cada década ela praticamente dobra de população.

“Nas três últimas décadas, ela teve um incremento de 100 mil habitantes por década. Isso leva a um crescimento enorme da cidade. O termo desordenado eu não gosto muito de usar porque a gente tem uma ordenação capitalista. Esse crescimento acelerado dificulta o fornecimento de infraestrutura básica para a cidade toda. O que a gente percebe é que áreas mais nobres recebem uma infraestrutura melhor e áreas periféricas, mais pobres, acabam ficando carentes”, afirmou a pesquisadora.

A professora explica que é preciso haver uma expansão urbana ligada aos recursos hídricos e que a falta de infraestrutura, principalmente no saneamento básico, leva a uma contaminação dos mananciais hídricos.

“Outra questão é que a especulação imobiliária acaba pressionando áreas de lagoa. Pra solucionar esse problema, a prefeitura e o governo do estado têm feito áreas de preservação ambiental em algumas lagoas e criado parques. Eu acredito que essa seja uma grande solução para todas as lagoas”, opinou Sandra Medeiros.

Ela acredita também que Feira de Santana deveria contar com o apoio de empresas privadas para ajudarem na construção de parques e entregarem esse benefício para a cidade.

“Muitas cidades no Brasil têm usado a parceria público-privada. Aqui a gente tem o parque Erivaldo Cerqueira, com a Lagoa do Geladinho, que há alguns anos dava a impressão que ia ser aterrada e simplesmente sumir, e agora é uma área realmente de lazer, extremamente utilizada pela população. Então eu espero que a gente consiga fazer isso com as outras lagoas, com áreas de nascente e que a gente tenha incorporado à cidade ambientes mais adequados para todos nós”, acrescentou a professora.