Feira de Santana

Famílias ocupam área no bairro Sítio Novo e casas são demolidas

Um dos ocupantes, que se identificou como Jackson, informou que a invasão ocorreu há três meses.

Daniela Cardoso e Ed Santos

Mais de 200 famílias ocuparam uma área situada na Estrada do Besouro, bairro Sítio Novo, em Feira de Santana. Segundo os invasores, o local foi loteado e as casas que estavam sendo construídas foram derrubadas por um trator durante a madrugada. Um dos ocupantes, que se identificou como Jackson, informou que a invasão ocorreu há três meses.

“O suposto dono do terreno falou que a parte dele era a 60 metros. Nós invadimos dos 60 para baixo e depois que as casas estavam em ponto de madeira, ele veio e derrubou. Essa outra área onde invadimos é do Estado. Queremos uma resposta dos órgãos públicos, pois chegaram e derrubaram as casas que estavam prontas. São cerca de 240 famílias, informou.

Jackson informou que as famílias pretendem dá continuidade a construção das casas. “Vamos resistir. Queremos uma cobertura dos órgãos públicos. Estamos aqui correndo atrás do nosso pão de cada a dia. Aqui tem muita gente batalhadora”, afirmou.

Outra moradora, que não quis se identificar, disse que a prefeitura foi até o local duas vezes, conversou com as pessoas e disse que só não ia ficar quem invadisse a área da lagoa. “A gente fez uma manifestação, mas não para agredir ninguém. Foi uma manifestação pacífica. Queremos reivindicar nossos direitos, pois a gente construiu, veio uma máquina e destruiu tudo. Agora perdemos nosso dinheiro. Os policiais chegaram aqui xingando as pessoas, mas somos pai e mãe de família”, desabafou.

Raimunda Lemos Brandão defendeu que as pessoas que participaram da invasão não têm condições de pagar aluguel e disse que espera uma resposta dos órgãos públicos. “O Programa Minha Casa, Minha Vida era para as pessoas que não tem onde morar. As pessoas aqui não têm o que comer e não tem casa para morar. Não tem condições de pagar aluguel. Se vão derrubar as casas, deveria transferir as pessoas para as casas do Minha Casa, Minha Vida que estão vazias. Muita gente ganha e não precisa. Cabe a prefeitura reunir as pessoas e dá as casas para quem precisa”, afirmou.  

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade