Empresa de call center pretende reduzir postos de trabalho em Feira de Santana

^{Rachel Pinto}

A Tel Telemática empresa de call center, que funciona há seis anos em Feira de Santana, disse que pretende tirar postos de trabalho na cidade devido a situação de que muitos funcionários realizam pausas indevidas no expediente de trabalho e deixam de produzir. A empresa atualmente emprega cerca de 3.500 funcionários- sendo cerca de 80% mulheres – e a pretensão de retirar os postos de trabalho em Feira de Santana, está preocupando diversos segmentos da sociedade, principalmente pela possibilidade de desencadear muitos desempregos.

Na última quarta-feira (13), aconteceu uma reunião para discutir essa realidade da empresa, com a participação da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato do Comércio Varejista, Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico e representantes da Tel Telemática.

Marcelo Alexandrino, presidente da Associação Comercial de Feira de Santana (Acefs),  destacou que a perda dos postos de trabalho da empresa é uma situação muito ruim para a cidade. De acordo com ele, o objetivo da reunião foi realizar um esforço conjunto para entender quais são os problemas e identificar a possibilidade das instituições ajudarem para que não existam conflitos nem desempregos. “O objetivo único é manter os empregos em Feira de Santana e manter a empresa sempre operante em nossa cidade”, disse.

Luis Mercês, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), contou que visitou a empresa e pode constatar um bom ambiente de trabalho, com todas as condições necessárias para os funcionários desenvolverem as suas atividades. De acordo com ele, o desejo é que a empresa possa continuar operando e também possa ampliar ainda mais o número de empregos.

“Estamos discutindo sobre as dificuldades que estão ocorrendo, para que possamos chegar a um entendimento e não só em manter a empresa aqui, como conseguir que ela possa crescer e ampliar os empregos. Porque capacidade ela tem. A Tel é uma empresa que pode se instalar em qualquer lugar do Brasil. Eu pude constatar uma empresa boa para se trabalhar que oferece ergonomia, banheiros com boa qualidade e refeitório amplo. O ambiente de trabalho é tranquilo, não vi clima de dificuldade, de hostilidade. Muito pelo contrário, vi todas as pessoas, rindo felizes e hoje quem tem emprego tem que está feliz e valorizar isso”, afirmou.

O Secretário de Trabalho Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Junior, relatou que o município está sempre articulado e dando todo o suporte necessário para que a empresa continue em funcionamento na cidade.

“Temos a Casa do Trabalhador que pode selecionar os profissionais que estejam mais adequados para esse tipo de atividade. Podemos capacitar pessoas para que quando adentrem no primeiro emprego saibam qual são as regras da empresa e atendam ao que a empresa está necessitando, evitando assim alguns conflitos internos”, observou.

Apesar de todos os esforços das diversas instituições para a permanência da Tel Telemática, o gerente de recursos humanos da empresa, Rodrigo Nery, disse que existem muitos entraves para o funcionamento de empresa em Feira de Santana. Ele reforçou que as pausas indevidas dos funcionários no expediente de trabalho geram muitos prejuízos à produtividade da empresa.

Muitos funcionários param as atividades e passam por muito tempo utilizando os banheiros e há uma liminar que foi expedida para que a empresa não realize nenhuma ação diante desse fato.

“Hoje o grande entrave que a Tel tem em Feira de Santana acontece na verdade em razão de uma liminar que foi expedida contra a empresa. Devido a essa liminar, precisamos ter um quadro, pelo menos 20% maior do que o necessário, por conta do uso abusivo de algumas pessoas de pausas indiscriminadas. Isso gera para nós um prejuízo a ponto da empresa começar a se mobilizar para alocar essas posições em outros lugares”, completou.

De acordo com Rodrigo Nery, essa conjuntura tem evidenciado a possibilidade de remanejamento dos postos de trabalho. Ele destacou que a empresa tem reduzido o quadro de funcionários, mas a cada dia a situação fica insustentável.

Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.