Rachel Pinto
Desde a noite de ontem (22), motoristas e cobradores das vans do transporte alternativo de Feira de Santana estão em vigília em frente à prefeitura municipal aguardando o retorno das atividades e a renovação do contrato dos serviços. De acordo com o cooperado da Cooperativa do Transporte Alternativo de Feira de Santana (Coopetrafs), Dario Alves, a categoria quer retornar às linhas em que trabalhava anteriormente e dialogar com a prefeitura para chegar a uma solução comum. Ele afirmou que foi apresentada uma proposta, mas a classe não aceitou.
“Houve algumas sugestões, mas existiam linhas que eram inconvenientes para nós e que não atendem a população. Queremos retornar para as linhas que nós já trabalhávamos desde a licitação e que nós ficamos até sexta-feira da semana passada. Estamos desde ontem nos alternando nesta vigília como forma de protesto e aguardamos a decisão da prefeitura em relação ao contrato do retorno das atividades dos permissionários às linhas nos bairros”, disse.
As negociações continuam
Segundo o secretário municipal de Transportes e Trânsito, Pedro Boaventura, a negociação está aberta e estão sendo estudadas alternativas para chegar a um acordo. Segundo ele, já está sendo discutida com a Coopetrafs uma terceira alternativa, onde as vans serão relocadas para localidades onde não há linhas de ônibus.
“A prefeitura apresentou um trabalho a Coopetrafs no qual a gente reloca todas as 55 vans para reforçar o transporte rural nos distritos. Mas, essa proposta a Coopetrafs disse que não preencheu os anseios da categoria. O que eles querem na verdade é um contrato emergencial que vá ate janeiro de 2017 ou então um contrato experimental. O que neste momento eu acho inviável por orientação do Ministério Público e pela própria experiência porque a lei não comportaria e o contrato que foi assinado com as empresas ele tem a exclusividade. Portanto onde tiver linhas de ônibus não pode haver concorrência. A definição se dependesse da prefeitura já poderia está resolvida. Basta que essas alternativas que nós apresentamos sejam aproveitadas. O problema vai diminuído e é preciso que a gente continue estudando, continue sentando e discutindo”, afirmou.
José Vicente, presidente da Coopetrafs informou que caso não haja uma proposta que atenda os anseios da categoria, o sindicato vai acionar a justiça.
“A cooperativa pensa em acionar a justiça porque nós estamos tentando de uma forma ordeira, de uma inteligente negociar com o secretário, com o prefeito. Ocorre que as propostas colocam a gente para a zona rural, onde a demanda de passageiros é muito pequena. Não temos condições nenhuma de rodar nessas linhas, mesmo porque nossos carros são vans tem dificuldades de rodar nesses locais principalmente no período do inverno. A gente solicita do prefeito que ele se sensibilize e que ele resolva esse problema de uma vez por todas através da renovação do contrato. Pode ser refeita a renovação por mais seis meses e nesse tempo vamos estudar caso a caso”, relatou.
Para José Vicente, a supremacia e a autoridade das empresas de ônibus na cidade é algo inadmissível. Ele clama para que o poder público se sensibiliza e atenda aos anseios da categoria e destaca que o transporte alternativo sempre trabalhou de forma regular buscando atender às necessidades da população, ao contrário dos transportes clandestinos que tem trazido grandes prejuízos e transtornos na cidade.
“Essa história que a gente não pode rodar em corredor que passa ônibus, é inadmissível. Isso é uma supremacia, muita autoridade para as empresas de ônibus fazerem o que querem em Feira de Santana. A gente está precisando que o prefeito se sensibilize e coloque o pessoal nosso pra rodar porque nós estamos nesse sofrimento. Basta que haja a renovação do contrato e no decorrer desse período a gente via negociando. Não vai ter prejuízo nenhum, assim como a volta do vale transporte. Existe na cidade uma demanda muito grande de carros irregulares. É necessário combata esses irregulares e deixe que a gente possa trabalhar, da mesma forma que vínhamos fazendo e sempre fomos bem aceitos pela população”, finalizou.
Com informações e fotos do repórter Paulo José do Acorda Cidade