Feira de Santana

Diretor do Clériston Andrade reclama de falta de diálogo e explica retenção de macas

Carlos Pitangueira defende que Feira de Santana necessita de um novo hospital para desafogar a demanda do Clériston Andrade.

Daniela Cardoso

Após ação judicial, do Ministério Público do Estado da Bahia, para impedir que ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), fiquem retidas no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, o diretor da unidade de saúde, José Carlos Pitangueira, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta terça-feira (23), que esse é problema antigo e que ocorre devido a falta de leitos no hospital para atender a demanda de Feira de Santana e região.

Pitangueira defende que Feira de Santana necessita de um novo hospital para desafogar a demanda do Clériston Andrade e mais uma vez ele reclamou da falta de diálogo entre Estado e Município para resolver o problema nos atendimentos na cidade.

Após a entrevista, ficou acertado um almoço entre José Carlos Pitangueira e a secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, para que possam conversar e tentar um entendimento entre Estado e Município. Veja abaixo a entrevista:

Acorda Cidade – Por que as macas são retidas no hospital?

José Carlos Pitangueira – Acho que deveria ser reclamado se a gente não estivesse atendendo os pacientes e não pelas macas. As vezes chegam três Samus e três ambulâncias normais e os médicos não têm como fazer a transferência de imediato. Isso é uma coisa pontual. O hospital só anda lotado. É preciso diálogo. Aqui em Feira não existe conversa nessa questão da emergência. Se colocar mil macas vai encher todas, se colocar duas mil vão encher também, porque as pessoas acham que só tem o Clériston para atender.

AC – Por que não faz um contrato com empresas que alugam macas para ajudar?

José Carlos Pitangueira – O problema não é a maca, é o local para colocar. Tem dias que tem muitas macas no corredor. Além disso, e a equipe? Temos equipe para atender 20 e não 200. Se aumentar a equipe, quem vai pagar?

AC – Como resolver esse problema?

José Carlos Pitangueira – Primeiro devemos sentar para discutir como vamos organizar e depois municipalizar alguns hospitais. Feira não tem um hospital municipal, como ocorre em outras cidades. Feira também precisa de um novo hospital para retaguarda. Tem que se criar mais leitos. Não sei quem vai construir, se é governo municipal, estadual ou federal, mas precisamos de um hospital novo.

AC – Ainda há problemas na ortopedia?

José Carlos Pitangueira – Nunca resolvemos. Na semana passada tínhamos 32 pacientes aguardando por esse atendimento. Temos que ter uma programação clara de quando e o que vamos atender. Tem atendimentos que não são feitos no Clériston e os pacientes devem ir para as unidades de saúde que fazem esses atendimentos.

AC – Por que as policlínicas não conseguem regular?

José Carlos Pitangueira – Por que não tem vaga. O hospital está cheio. Não vai regular ninguém, se não tiver para onde transferir os outros pacientes.

AC – Existem denúncias de que para conseguir a regulação é preciso conhecer alguém dentro do hospital. Isso é verdade?

José Carlos Pitangueira – Perfeitamente. Por isso que agora, qualquer exame que for feito dentro do Clériston vai precisar ter minha assinatura. Isso tem que acabar. Tem funcionário que faz isso dentro do hospital e tem que acabar com essa história de funcionário achar que pode colocar gente pra dentro. Dentro do Clériston Andrade, se você tiver uma pessoa conhecida, resolve de imediato. Tem funcionário que dificulta o trabalho dentro do hospital, eu não sei quem são essas pessoas e se eu souber vou tomar posições.