Laiane Cruz

A Polícia Rodoviária Federal apreendeu em Porto Velho, no estado de Rondônia, seis ônibus coletivos urbanos, com placas e logomarcas de Feira de Santana. Os veículos estavam trafegando com documentação irregular e os motoristas que conduziam a frota contaram aos policiais que os carros foram comprados pela Via Verde Transporte, uma das empresas que explora o serviço de transporte urbano em Rio Branco, no Acre, junto com a empresa Rápido Via do Sol e Turismo, com sede na Bahia.

A advogada do Sindicato dos Rodoviários de Feira de Santana, Ilma Serafim Falcão, explicou que após o abandono do serviço de transporte urbano na cidade pelas empresas Viação e 18 de Setembro, foi feito um acordo, com a mediação do Ministério Público do Trabalho, e esses veículos foram oferecidos como pagamento das dívidas trabalhistas decorrentes dos processos em tramitação contra as empresas.

“Ficamos sabendo que esses ônibus estão sendo retirados da garagem. Embora as empresas tenham manifestado interesse de utilizá-los para pagamento dos trabalhadores e dos débitos trabalhistas existentes, elas estão vendendo os ônibus, também para outros estados. A própria empresa ofereceu esses bens na Justiça, então eles não poderiam retirar os carros. Eles estão cometendo uma infração, burlando a legislação”, afirmou a advogada.

Segundo Ilma Falcão, o sindicato vai entrar mais uma vez com um pedido na Justiça para que retire a posse desses veículos das empresas, a fim de que eles sejam retirados das garagens e levados para um depósito. “Nós já requeremos, e o Ministério Público do Trabalho também já requereu, junto à Justiça do Trabalho, que está responsável por esses processos, mas eles ainda não determinaram a retirada desses ônibus. Vamos juntar essas notícias e mais uma vez pedir ao juiz que retire da posse dessas empresas”, informou.

Ainda conforme a advogada, ainda que esses ônibus sejam vendidos, o valor da venda não será suficiente para pagar as rescisões trabalhistas. “Como todos acompanharam, fizemos um acordo com as empresas no Ministério Público do Trabalho, onde foram liberados os FGTS dos trabalhadores, que estavam depositados, só que existe uma série de verbas trabalhistas que não foram pagas, como férias, saldos de salários vencidos. Essas verbas estão sendo pleiteadas na Justiça do Trabalho e vamos aguardar o desenrolar desses processos”, acrescentou.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade