Cultura
Mostra de Cinema de São Paulo não quer ser associada à crise
Na cerimônia de abertura, a diretora do festival, Renata de Almeida, disse o espetáculo “não será a mostra da crise”.
24/10/2015 às 15h25, Por Rachel Pinto
Acorda Cidade
Agência Brasil – A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo teve início essa semana sem querer ficar associada às dificuldades que o país enfrenta. Na cerimônia de abertura, na noite da última quarta-feira (21) no Auditório Ibirapuera, a diretora do festival, Renata de Almeida, disse o espetáculo “não será a mostra da crise”.
“Esse ano, a palavra que mais ouvimos, em todos os lugares, foi crise. Mas temos muita honra de anunciar um festival que, apesar de ter vários filmes que abordam crises, não é uma mostra da crise. É um evento forte, que nos orgulha”, disse ela.
Para o secretário estadual de Cultura, Marcelo Mattos Araujo, a união das três esferas de governo ajudou a tornar a mostra possível. “Mais do que nunca, a união dos patrocinadores, parceiros e das três esferas do Poder Público foi fundamental para viabilizar a mostra, que é de extrema importância para a cidade, o estado e o cinema brasileiro. União que precisamos manter para que a cultura brasileira saia dessa crise”, disse.
Em comparação ao ano passado, quando 331 filmes foram exibidos em 26 espaços de cinema, a mostra deste ano está um pouco menor – 312 filmes em 22 salas. Mas ela não deixará de exibir filmes premiados, como Deephan – O Refúgio, Palma de Ouro em Cannes, e o latino Desde Allá, premiado com o Leão de Ouro, em Veneza.
O festival prestará homenagens a diretores consagrados, como o italiano Mario Monicelli, com a exibição de cinco filmes restaurados, e José Mojica Marins, o famoso Zé do Caixão, com a apresentação da trilogia do diretor: À Meia Noite Levarei sua Alma, Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver e Encarnação do Demônio.
Presente à cerimônia de abertura, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, exaltou a mostra como um dos mais importantes eventos do Brasil. “É uma mostra que tem a capacidade de trazer para São Paulo o que há de melhor da produção cinematográfica”, disse.
Segundo Juca, o fato de a mostra conseguir trazer ao país filmes de todo o mundo, inclusive de países sem tradição nessa arte, ajuda o Brasil a desenvolver sua própria cinematografia. “Isso tem uma importância enorme para um país como o Brasil, que está desenvolvendo a indústria cinematográfica, perto de se tornar uma indústria de fato, que é superavitária no país”, falou ele.
Para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a mostra ajuda também a atrair turistas para a cidade. “A gente recebe muita gente, do Brasil inteiro, que gosta de cinema e que tem na mostra um referencial importante. Daqui saíram grandes filmes e grandes cineastas”, disse ele.
O festival vai até o dia 4 de novembro e inclui exibições gratuitas e ao ar livre. A programação e informações sobre o evento podem ser encontradas no site do festival.
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