Mais de 30 adolescentes foram assassinados este ano na cidade

O número é considerado alto e justifica a inclusão de Feira de Santana, na lista das 40 cidades mais violentas para jovens no Brasil.

Em Feira de Santana, 35 jovens com idade entre 15 e 17 anos morreram assassinados, neste ano. A mesma quantidade de assassinatos a pessoas nesta faixa etária, foi registrada em todo o ano de 2009.  O número é considerado alto e justifica a inclusão da cidade na lista das 40 cidades mais violentas para jovens no Brasil.

Este índice revela um crescimento preocupante da violência a cada ano.  Em novembro do ano passado o Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram uma ampla pesquisa sobre Índice de Vulnerabilidade de jovens a violência e destacou a cidade de Feira de Santana como a 38ª cidade mais violenta para jovens, do Brasil. A faixa etária de jovens assassinados em Feira de Santana confirma um resultado da pesquisa que usou uma metodologia criada pelo Laboratório de Análise da Violência, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ela prevê que em cada cidade pesquisada, cinco jovens morrerão por homicídios antes de completarem 24 anos no Brasil. O mesmo estudo revelou que 88% dos jovens brasileiros já viram corpos de pessoas assassinadas.


Relação com investimentos

A pesquisa também apontou que os municípios que menos investem em segurança pública são exatamente aqueles que mais expõem seus jovens à violência.  O programa prioriza justamente os locais apontados pela pesquisa como vulneráveis, investindo em ações específicas para os jovens. “O levantamento aponta que a situação é difícil, é grave, mas não é desesperadora. Estamos no caminho certo combatendo a criminalidade com a força coercitiva da autoridade pública bem estruturada e políticas preventivas”, concluiu.

Uso do tempo e ambiente onde vive

A pesquisa identifica uma relação direta entre violência e participação no mercado de trabalho e escolaridade, uma vez que os jovens de 18 a 24 anos que não realizam funções remuneradas e não estudam formam o grupo no qual o Índice de Vulnerabilidade para Jovens é mais elevado. O indicador também confirma o “senso comum” de que aqueles que residem em domicílios com assentamentos precários, caso de favelas, são os mais expostos à violência.

Andréa Trindade e Aldo Matos com informções do Ministério da Justiça