Bahia

Com corte no orçamento, Senai vai reduzir cursos em Feira de Santana

O total, no estado, será de 6.200 matrículas.

Laiane Cruz

O corte de 30% anunciado pelo governo federal nos recursos do Sistema S, para ajustar as contas da União, vai reduzir a oferta de serviços gratuitos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) na Bahia e deverá provocar o fechamento de unidades da entidade. Somente em Feira de Santana, cerca de mil vagas em cursos de capacitação profissional deixarão de ser oferecidas. O total, no estado, será de 6.200 matrículas.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o diretor geral do Senai na Bahia, Luiz Alberto Breda, informou que a medida ainda será analisada pelo Congresso, mas caso seja aprovada, isso significará uma grande perda para a competitividade da indústria baiana. Os recursos aplicados pela instituição são provenientes da “contribuição social”, ou seja, 1º de tudo o que é arrecado com a folha de pagamento dos funcionários do estado.

“Para Feira de Santana e o estado isso significa uma grande perda em termos de capacitação profissional. O Senai tem a missão de preparar os trabalhadores para a indústria e desse recurso que a gente recebe de 1º da massa salarial a gente destina para preparar mão de obra com cursos de qualificação profissional, aprendizagem básica, cursos de 600 horas e cursos técnicos gratuitos”, informou Luiz Breda.

Ele lamentou também a possibilidade de fechamento de unidades do Senai, no interior do estado, e de a entidade deixar de investir em 12 novas unidades como estava prevendo. “Isso seria realmente desastroso para a nossa economia industrial”, disse.

Diante deste cenário, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), juntamente com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e empresários, busca uma solução para evitar o corte no orçamento e a queda na produtividade da formação profissional do estado, informou Breda.

Ele destaca que a redução dos recursos será ainda maior para o Serviço Social da Indústria (Sesi), que terá que compartilhar com o governo investimentos em empresas ligadas à inovação. “É a chamada Lei do MEI, e isso faria com que o Sesi na Bahia tivesse um recurso ainda mais reduzido. Realmente é uma medida muito complicada para a competitividade do estado e para o país”, avaliou.

Pronatec

O diretor do Senai informou que os cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que tem como principal operadora a entidade, também sofreram diminuição da oferta.

Segundo Breda, o programa é importante na medida em que qualifica as pessoas em um curto espaço de tempo para o mercado de trabalho. “Esse programa também tem sido reduzido em função da crise. Esse ano a oferta é muito mais definida pelo governo federal”, informou.