Acorda Cidade
Conta-se que uma família foi forçada a sair de sua casa, quando tropas invasoras invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.
Se conseguissem ter êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia.
O problema era o avô. Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura. "Deixem-me," falou ele. "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu."
Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam. Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas.
A caminhada era feita em silêncio. Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.
Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou: "deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos."
"De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir." – falou com entusiasmo o filho. "Não." Insistiu o avô. "deixem-me aqui."
O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse: "vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê." O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto.
O avô se levantou. "Claro" – falou: é a minha vez. Ajeitou o bebê no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada.
Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele. "Vamos" – disse, com determinação. "já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando."
O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.
Reflexão:
Se alguém a seu lado, está prestes a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo. Recorde da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta.
Lembre-o que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença. Não permita que ninguém fique à margem do caminho, somente porque não recebeu um incentivo, um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.
Autor: Desconhecido
Fonte: http://www.tomcoelho.com.br