Polícia

Ex-jogador Edilson é acusado de envolvimento em fraude que desviou R$ 60 milhões

Organização criminosa fraudou o pagamento de prêmios das loterias da Caixa Econômica Federal. Edilson é suspeito de utilizar sua conta para movimentar os valores.

Acorda Cidade

O ex-jogador Edílson da Silva Ferreira, o Capetinha, 44 anos, é acusado pela Polícia Federal (PF) de integrar uma organização criminosa que fraudou o pagamento de prêmios das loterias da Caixa Econômica Federal. Segundo a estimativa da PF, o esquema teria desviado aproximadamente R$ 60 milhões em pouco mais de um ano.

Nesta quinta-feira (10), a PF deflagrou uma operação na Bahia, Goiás, Sergipe, São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal, para desarticular a quadrilha.Edílson é suspeito de utilizar sua conta para movimentar os valores. Ele negou a participação no esquema.

Em Salvador e Lauro de Freitas, a Operação Desventura cumpriu três mandados de prisão temporária, um de prisão preventiva, seis mandados de busca e apreensão e oito conduções coercitivas.

Conforme informações do Correio, na capital baiana também foram apreendidos cinco carros de luxo, supostamente adquiridos com dinheiro do esquema – um Hyundai Vera Cruz com placa de Sergipe, um Fiat Freemont, um Ford Fusion, um Audi A5 e uma Mitsubishi L200. Os presos na Bahia foram levados para a Cadeia Pública, no Complexo da Mata Escura, ainda ontem. As pessoas conduzidas sob coerção prestaram depoimento na sede da Polícia Federal e foram liberadas em seguida.

Foto: Marina Silva / Correio 

O esquema realizava a validação de bilhetes premiados falsos referentes a prêmios não sacados pelos verdadeiros ganhadores, com a ajuda de gerentes da Caixa e servidores federais com acesso a informações privilegiadas em Brasília. Os servidores sabiam onde estavam os bilhetes premiados ainda não sacados, restando oito dias para que perdessem a validade.Com essas informações, manobravam para forjar um novo cartão.

A participação dos gerentes começava neste ponto quando, através das suas senhas, disponibilizavam o pagamento dos prêmios, auxiliados por correntistas que têm grande movimentação financeira. Eles eram o elo entre os servidores e os gerentes. Edílson teria entrado em contato com dois gerentes, segundo a PF.

O advogado de Edilson, Thiago Phileto, informou que o ex-atleta “está tranquilo” e não tem envolvimento com o esquema. “Parece que tem uma pessoa que tentou se aproximar dele e está envolvida na investigação. Não é parente, nem namorada”, adiantou Phileto.

O ex-atleta não foi encontrado para comentar o assunto. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa dele, no Horto Florestal. “Eles entraram, foram muito educados. Pegaram uns HDs e foram embora”, confirmou o advogado.

Ele negou que Eduardo Pereira dos Santos, preso em Lauro de Freitas por suposta participação na fraude, seja parente de Edílson. De acordo com o delegado Thiago Sena, da Superintendência da PF em Salvador, 50 agentes da Bahia participaram da operação. Os mandados de prisão foram cumpridos em Piatã, Retiro e Tancredo Neves.